Com um primeiro EP editado em 1958, a discografia de Simone de Oliveira envolve já sete décadas e faz parte de um capítulo maior na história da canção portuguesa. Texto: Nuno Galopim

Referência maior na história da canção portuguesa, Simone de Oliveira (n. 1938) deu os primeiros passos na música ao frequentar o Centro de Preparação de Artistas da Emissora Nacional em finais dos anos 50. Começou por cantar nos programas de Mota Pereira e estreou-se frente a uma plateia em janeiro de 1958, ano em que edita o seu primeiro EP.

A sua discografia na década de 60 é extensa e envolve sobretudo o formato do EP, incluindo tanto canções originais para si criadas como versões em português de temas de sucesso em discos e filmes internacionais. Representa Portugal na Eurovisão por duas vezes, a primeira com “Sol de Inverno” (1965), a segunda com “Desfolhada” (1969). Esta última canção tornou-se entretanto num dos maiores clássicos da canção portuguesa e encetou um importante relacionamento com a poesia de José Carlos Ary dos Santos.

Uma mudança de voz ocorrida após uma situação clínica grave no início da década de 70 abriu caminho a uma outra abordagem à canção que se espelhou numa série de álbuns que lançou nos anos 70 e 80 e nos quais surgiram alguns dos temas de referência da sua discografia.

Em 2000 os Cool Hipnoise chamaram-na para cantar “Sem Plano”, gesto que estabeleceu uma importante ligação entre Simone de Oliveira e as novas gerações. Em 2013 regressou a estúdio para fazer, com “Pedaços de Mim”, o seu primeiro álbum de inéditos em largos anos.

À música a carreira de Simone de Oliveira juntou ainda um importante espaço de trabalho como atriz no teatro, cinema e televisão.

Em 2018 foi homenageada no Festival da Canção. Hoje, aos 81 anos de idade ainda a podemos ver frequentemente a subir aos palcos para cantar.

Para conhecer melhor a carreira da cantora pode ver aqui “Simone de Oliveira – Olhos Nos Olhos” (imagem que abre o post), o episódio de estreia da série “Vejam Bem” da RTP.

ÁLBUNS

1965. “Love and Sorrow” (Decca, 1965) *

Lado A: Sensatez / Não Fiques Sem Alma / De Mão Dada / Reste / Praia de Outono / De Saudade em Saudade

Lado B: Perguntei a Você / Oferenda / Tu És Uma Coisa Grande / Somos Iguais / Meias Palavras Não / Contigo

Com o título Love and Sorrow, e uma nota, em língua inglesa, acrescentando “… sung by” é um LP partilhado por Simone de Oliveira e Tony de Martos. De Simone são recuperadas duas canções do EP “Praia de Outono” de 1964 (entre as quais uma versão, em francês, de Reste, de Charles Aznavour) e os quatro do EP “De Saudade em Saudade” de 1965. De comum entre as seis canções interpretadas por Simone de Oliveira está o facto de contarem com o Thilo’s Combo. Curiosamente, dos seis temas interpretados por Tony de Matos que surgem no lado B do LP, os três primeiros foram igualmente gravados como Thilo’s Combo, cabendo os restantes a uma orquestra, dirigida pelo maestro Jorge Costa Pinto.

(*) alinhamento partilhado com Tony de Matos, cabendo o lado A a Simone de Oliveira.

1966. “A Voz e os Êxitos” (LP, Decca / Valentim de Carvalho)

Lado A: Pingos de Chuva / O Nosso Além / Fúria de Viver / Que Fizeste Tu de Mim / Nunca Mais / Ninguém Gosta de Mim.

Lado B: Tu Sei Quello / Yesterday / Que C’est Triste Venise / Saudade / Algo Mejor / Lovely Lies

Depois de uma série de EP e de um LP partilhado com Tony de Matos (que recuperava canções estreadas em EPs), este disco representou a estreia de Simone de Oliveira no formato de LP com um conceito de álbum, ou seja, estas canções não tinham antes surgido em lançamentos a 45 rotações. O disco junta temas criados para a sua voz e inclui uma série de versões, entre as quais célebres abordagens à obra dos Beatles (“Yesterday”) e de Charles Aznavour (“Que C’est Triste Venise”). Todo o lado A é cantado em português mas na face B encontramos canções em italiano, inglês, francês e espanhol, facto que se pode dever a uma dimensão de visibilidade internacional que Simone conquistara depois de, no ano anterior, ter representado Portugal no Festival da Eurovisão, em Nápoles. A cantora é aqui acompanhada por uma orquestra, estando as canções repartidas entre temas sob direção de Thilo Krasmann, Manuel Viegas e Joaquim Luis Gomes. Os arranjos traduzem por um lado as linhas então em voga na canção ligeira portuguesa, notando-se no lado B uma abertura maior a formas então que marcavam o presente nos universos visitados pelos espaços que convocava nas versões aqui apresentadas.

1968. “!Simone!” (LP, Alvorada)

Lado A: Vocês Sabem Lá / Sol Poente / Amor Para Dois / Foi Você / Despertar / Nasci Contra o Vento

Lado B: Chegou a Primavera / Fim de Romance / Abandono / Ariane / A Noite é Bela / Eh! Pá do Fado

Simone de Oliveira viveu um primeiro período de ligação à editora Alvorada entre a sua estreia em disco em 1958 e os primeiros tempos da década de 60. E nesse período o que registou em estúdio teve expressão em disco numa série de EP dos quais este álbum recupera grande parte do seu alinhamento. !Simone! não representa uma “integral” desta etapa, mas antes uma seleção de canções que recolhem temas desde o seu EP de estreia (do qual estão aqui o clássico Vocês Sabem Lá e o bem humorado Eh! Pá do Fado), que capta claramente a sonoridade da época tanto no arranjo como no processo de gravação. Num conjunto de 12 canções (seis das quais assinadas por Nóbrega e Sousa) encontramos aqui um retrato dos primeiros passos de uma carreira feitos entre novas abordagens a canções já antes gravadas por outras vozes e algumas criadas já para si. O LP é omisso, na informação impressa na contracapa, sobre quem acompanha Simone de Oliveira nestas gravações. Recorrendo aos EP nos quais surgiram originalmente estas gravações podemos concluir que, entre outros, há temas nos quais a voz de Simone é acompanhada por orquestras dirigidas por Domingos Vilaça ou Fernando de Carvalho, assim como pelo Conjunto de Jorge Machado.  

1969. Renascendo (LP, Decca / Valentim de Carvalho)

Lado A: Renascendo / Não Te Peço Palavras / Canto de Partir / Sensatez / De Mão Dada / Cantiga de Amor

Lado B: Tema Para Sonata / Amanhã Terás do Sol / Chorar e Cantar / Não Fiques Sem Alma / De Saudade em Saudade / Quero Viver em Paz

Ao invés do álbum lançado em 1968 pela Alvorada, este LP, o segundo que Simone edita na Decca, não procura fazer uma seleção de temas entre a já vasta discografia editada em formato de EP desde que a cantora se estreada nesta etiqueta em 1964. Renascendo apostou antes numa concentração de atenções em apenas três EP lançados entre 1965 e 1968, valorizando sobretudo um conjunto de canções criadas para a voz de Simone, passando assim ao lado das muitas versões de canções de filmes ou de sucessos internacionais que por aqueles tempos também gravara. Sem seguir necessariamente o alinhamento dos EPs originais nem mesmo a cronologia das gravações aqui chamadas, o disco reúne os temas originalmente surgidos nos EPs “De Saudade em Saudade” (1965), “Chorar e Cantar” (1966) e “Simone Canta Nóbrega e Sousa” (1968). Nestas gravações escutamo-la acompanhada pelo Thilo’s Combo e orquestras dirigidas por Thilo Krasmann e Joaquim Luís Gomes. Entre o alinhamento destaca-se Sensatez (do EP de 1965), uma canção que explora terrenos de música lounge, com tonalidades jazzy, e que representa uma das criações mais distantes dos modelos da canção ligeira então em vigor. Canções como Renascendo ou o mais luminoso Amanhã Serás do Sol traduzem também ecos de renovação na composição e soluções encontradas nos arranjos na canção ligeira de meados dos anos 60.

1970. Recordando Simone (LP, Decca / Valentim de Carvalho)

Lado A: Dia das Rosas / Praia de Outono / A Banda / Já Ouviste o Mar / Começar de Novo / Desfolhada Portuguesa

Lado B: Estranhos na Noite / As Coisas de Que Eu Gosto / És a Minha Canção / Tu És Aquele / Música No Coração / A Noite do Adeus

Este foi o terceiro LP de Simone de Oliveira nascido da recolha de temas originalmente lançados em formatos de 45 rotações. O alinhamento representa um intervalo de tempo de cinco anos, correspondendo a mais antiga das canções aqui escolhidas à canção que dava título ao EP “Praia de Outono” (1964) e a mais recente a Desfolhada Portuguesa (1969), que havia dado a Simone de Oliveira a sua segunda participação no Festival da Eurovisão e que se transformaria no maior clássico de toda a sua discografia. O disco junta ainda temas dos EP “Estranhos Na Noite” (1965), “A Banda” (1966), “Começar de Novo” (1966), “Música no Coração” (1966) e “Marionete” (1967). Entre as canções ora encontramos originais criados para a voz de Simone como versões de cações de Chico Buarque, Frank Sinatra ou Sandie Shaw (a vencedora eurovisiva de 1967 aqui em versão portuguesa como Marionete) e ainda temas da banda sonora de Música no Coração (em versão portuguesa). Além do Thilo’s Combo (em Praia de Outono) esta recolha de faixas apresenta orquestras dirigidas por Lyrio Panicall, Manuel Viegas, Thilo Krasmann, Joaquim Luís Gomes e Hélder Martins. Este seria o último LP de Simone feito a partir de recolha de temas de EP. Daqui em diante criaria álbuns. As recolhas seguintes apresentam-se já no modelo da compilação “best of”.

1974. Nunca Mais A Solidão (LP, Decca/Valentim de Carvalho)

Lado A: Nunca Mais a Solidão / Canção Cansada / Camarada / Todo o Dia o Rouxinol Cantou / Viagem / Gaivotas

Lado B: Ne Me Quitte Pas (Não Me Vás Deixar) / Terna é a Noite / Nunca é Tarde Para Voltar Atrás / Canção Solidão / Sabes

Depois de uma sucessão de LP nascidos de recolhas de canções editadas em LP coube a Nunca Mais a Solidão ser o segundo disco que a cantora criou como álbum. É, por isso, o natural sucessor de A Voz e os Êxitos de 1966. Mas esta, agora, era outra voz. E com outras canções. Um problema de saúde afetara as cordas vocais obrigando-a, primeiro, a parar. E no regresso o timbre era outro. Em 1973, no Festival da Canção, Apenas o Meu Povo (de Ary dos Santos e Fernando Tordo) apresentara a “nova” Simone. A voz era de facto outra, mas a intensidade da interpretação abria novas possibilidades. E é no conjunto de canções que grava em Nunca Mais a Solidão que as começa a explorar. Com arranjos e direção de Pedro Osório este é o disco que abre caminho para a etapa mais marcante da obra de Simone de Oliveira, a que definitivamente molda o seu canto e marca uma identidade mais vincada. Mais pessoal. Vera Lagoa, chamada a escrever notas para a contracapa do disco, referia ali que “Simone tem hoje lágrimas contidas na voz”. As canções são de vários autores, umas criadas para aqui surgirem, outras procuradas entre discos de autores de então. José Cid (de quem canta duas canções, uma delas Camarada), Paco Bandeira, Juan Manuel Serrat ou o próprio Pedro Osório surgem entre o lote de compositores. E Alexandre O’Neill é uma importante presença na escrita. A versão do clássico de Brel pode ser um bom exemplo de como, num confronto com outras adaptações de êxitos internacionais gravadas antes de 1969, podemos notar as diferenças entre o antes e o “agora” na atitude vocal de Simone. A orquestra, ocasionalmente assimilando ecos jazzy, sublinha as diferenças. Este é, no fundo, um disco de transição. E anuncia que algo maior pode estar a caminho…

1976. As Palavras que eu Cantei (LP, Decca/Valentim de Carvalho)

Lado A: Se a Manhã Se Despenteia / As Palavras Que Eu Cantei / Fontes Que Me Deram Voz / Avé Maria do Povo / Meu Menino Portugal / Aos Domingos

Lado B: Se Tu Voltasses / Esta Festa das Cidades / Fala da Mulher Sozinha / Murmúrio do Tempo Perdido / Interrogação Sem Resposta / No Teu Poema

Se o álbum de 1974 tinha revelado primeiros sinais de novas possibilidades que se colocavam perante o futuro da obra de Simone de Oliveira, coube ao disco seguinte, lançado dois anos depois, ser a confirmação de que um novo patamar havia sido encontrado tanto nos domínios da música como, e talvez mais ainda, no espaço da palavra. Não é por acaso que o álbum se apresenta sob o título As Palavras Que eu Cantei, tão claro que parece ser este o disco que, face a todos os anteriores, mais valoriza o poder da relação da voz (e naturalmente do canto) com os poemas. Na verdade a conjugação do verbo “cantar” no passado deveria ser aqui lida no presente. Mais ainda do que em Nunca Mais a Solidão este é o disco que consagra definitivamente o trio criativo lançado pela Desfolhada em 1969 e que aqui floresce no seu melhor lote de canções. Nuno Nazareth Fernandes e José Carlos Ary dos Santos assinam cinco das dozes canções do alinhamento, entre as quais Se A Manhã Se Despenteia e Meu Menino Portugal, ambas a fixar em forma de canção uma relação com o tempo que se vivia. Musicalmente há sinais de procura de outras músicas, desde a assimilação do modelo do hino em Avé Maria do Povo ao festivo Aos Domingos, que rompe a atmosfera mais intensa ou melancólica que domina o alinhamento. O disco conta com arranjos e direção de orquestra de Jorge Machado e tem na contracapa um texto de apresentação de César d’Oliveira. As Baladas Que Eu Cantei corresponde à derradeira edição de Simone no catálogo da Decca. Facto curioso dado que este é, claramente, o seu melhor disco até então.

1978. Simone (LP, Alvorada)

Lado A: Ribalta / Carta de Outono / Não É Verdade / Maria Saudade / Ai Amor, Que Amor O Teu

Lado B: Visita de Camarim / Adeus / Poema 8 / Não Sei Dizer / Mesa Sem Ninguém, Cama Com Tão Pouco / Adeus (Palavras Gastas)

Os anos 70 assistiram à criação de todo um novo reportório para Simone de Oliveira. A mudança no timbre e o estabelecimento de novas parcerias com compositores e poetas conduziu a sua música para espaços de uma dimensão emocional mais intensa do que a que registara em muitos dos temas gravados nos anos 50 e 60. O álbum de 1974 assinalara um episódio e o de 1976 o da confirmação de novos caminhos. Coube, contudo, a este disco, editado em 1978 num momento de reencontro com a editora Alvorada (onde iniciara a carreira discográfica, precisamente 20 anos antes), o episódio que fixa o “novo” cânone na obra da cantora. O título, que se resume ao nome da protagonista, é desde logo uma sugestão disso mesmo, preparando-nos para um conjunto de canções pelas quais passam claras marcas de presença da vida da própria cantora. Aqui surgem alguns clássicos maiores da sua obra pós-Desfolhada – como Ribalta, Não É Verdade, Visita de Camarim ou Adeus (Palavras Gastas) – num alinhamento suportado por uma abordagem orquestral clássica, embora aberta a novos desafios. E neste disco estes desafios ganham forma numa presença de eletrónicas que (discretamente) afirmam marcas de contemporaneidade em canções como Não É Verdade e Adeus, ao mesmo tempo que, em Mesa Sem Ninguém, Cama Com Tão Pouco, procura caminhos diferentes para a presença da guitarra portuguesa. Nuno Nazareth Fernandes e José Luís Tinoco são os compositores mais representados num alinhamento que, no campo das palavras, aceita uma colaboração de Varela Silva (no muito pessoal Visita de Camarim) e acolhe, em três canções, poemas de Eugénio de Andrade. Com produção de Carlos Lacerda o álbum contou com arranjos e direção de orquestra com Thilo Krasmann, um velho colaborador. A capa – um gatefold – apresenta as letras das canções. E na contracapa o texto de apresentação é, desta vez, da própria Simone. 

1981. Ao Vivo No Hotel Altis (LP, Alvorada)

Lado A: Sete Letras / De Degrau em Degrau / No Teu Poema / Um Jeito Estúpido de Amar / Pedaço de Mim

Lado B: Poema 8 / Não Me Vais Deixar / O Que Tinha de Ser / Visita de Camarim / A Noite e a Rosa

O primeiro disco de Simone de Oliveira gravado ao vivo surgiu numa noite para apenas voz e piano (de Jorge Machado) no Hotel Altis, em Lisboa. Entre as primeiras canções do alinhamento a própria Simone refere o facto, sublinhando que estava ali a viver “um dos momentos mais felizes” da sua vida, vivido entre os amigos e as suas canções. E logo acrescenta que “a canção não é só o poeta, o autor e o intérprete, são também vocês”. E é entre palmas que assim ganha vida, sem filtros, sem overdubs, um alinhamento de dez canções que, apesar de centradas na obra construída depois da Desfolhada (ausente nesta gravação), abre uma breve fresta rumo a memórias mais antigas para cantar Degrau a Degrau, de Nóbrega e Sousa e Jerónimo Bragança que originalmente havia gravado em 1965 no EP que tinha Sol de Inverno como canção principal. Com uma personalidade firme nascida da mudança de voz e novas direções que o repertório seguira depois de 1973, Simone de Oliveira retoma aqui algumas canções de discos recentes – sobretudo de Simone (1978) – mas abre espaço para abordar temas de outros como Pedaço de Mim (de Chico Buarque), Um Jeito Estúpido de Amar (que recentemente surgira na banda sonora da novela O Astro), Ne Me Quitte Pas (de Brel, que cantara já em versão portuguesa em Nunca Mais a Solidão) ou No Teu Poema (originalmente cantada por Carlos do Carmo no Festival da Canção de 1976 mas que a própria Simone incluíra em As Palavras Que Eu Cantei). O alinhamento junta ainda Sete Letras (da revista Águas de Bacalhau) recentemente lançado em single e apresenta, em estreia, A Noite e a Rosa, numa homenagem a Vasco de Lima Couto. A gravação foi captada por Moreno Pinto e Artur Barral e teve produção assinada por Carlos Lacerda.

1981. Simone (LP, Phillips, CD Universal, 2003)

Lado A: Espectáculo / Canção / Quero-te Agradecer / Il S’en Va, Mon Garçon / À Tua Espera

Lado B: Auto Retrato / Casa / Foi Assim / Chamar-te Meu Amor / Pela Luz Dos teus Olhos

É entre os dois álbuns aos quais Simone de Oliveira chamou, simplesmente, Simone, que se define o referencial “canónico” da sua definitiva identidade como cantora. Há em ambos os discos uma presença maior de uma abordagem à canção ligeira “clássica” orquestral, abrindo frestas a contactos com sinais dos tempos, aqui, por exemplo, na discreta guitarra elétrica que escutamos em Canção ou Casa. Pela Luz dos Olhos Teus reabre ligações e memórias com um certo som lounge de tez jazzy que por aqui circulara nos anos 60. Já em Chamar-te Meu Amor levanta-se o véu sobre uma incursão pelo fado que ganharia forma mais profunda no álbum de estúdio seguinte. É, contudo, no plano da palavra (e consequentemente na interpretação vocal) que este segundo disco com o título Simone vinca as suas marcas de identidade. As canções são, como no disco de 1978, de evidente carga pessoal, algumas mesmo de teor biográfico (mesmo tendo nascido da escrita de outros), ora retratando espaços de intimidade no feminino (como em À Tua Espera ou Auto Retrato), ora olhando para os próprios universos profissionais de quem lida todos os dias com o palco e as canções (como em Espectáculo). Curiosamente estão aqui os clássicos maiores surgidos neste alinhamento de canções que contaram com arranjos de Fernando Correia Martins e que assinalam o início de uma etapa de relacionamento com a PolyGram através do selo Phillips. A capa, com uma fotografia de Chico Graça, é uma das mais icónicas da discografia de Simone de Oliveira. É também um dos seus (poucos) discos de originais a ter conhecido edição em CD (facto que ainda não atingiu os que lançou nos anos 60 e 70).

1981. Antologia da Música Popular Portuguesa (LP, Valentim de Carvalho)

Lado A: Se Tens Coração / Sol de Inverno / De Degrau em Degrau / O Rei de Roma (The Rain in Spain) * / Praia de Outono / Sensatez / As Coisa de Que Eu Gosto / Começar de Novo

Lado B: Dia das Rosas / Já Ouviste o Mar? / Não Fiques Sem Alma / Pingos de Chuva / Fúria de Viver / Esta Lisboa Que Eu Amo / Não Te Peço Palavras / Desfolhada Portuguesa

*  com António Calvário

Integrada numa série que a Valentim de Carvalho então criou para recuperar gravações de arquivo já antes editadas em disco esta corresponde à primeira compilação “best of” da discografia de Simone de Oliveira, diferente, portanto, das três recolhas de canções de EPs que lançara em formato de LP entre 1968 e 1970. O alinhamento, de 18 temas, passa pelo álbum A Voz e os Êxitos e por vários EP editados no período em que Simone editou pela Decca, ou seja, entre 1964 e 1969, ou seja, entre Se Tens Coração e Desfolhada Portuguesa. Estão aqui ora inéditos criados para a sua voz ou versões (em português) de canções dos filmes My Fair Lady (esta num dueto com António Calvário) e Música no Coração. A contracapa inclui imagens das capas de EP e LP desta etapa, assim como um breve texto de David Mourão Ferreira no qual se lê que “na voz de Simone as palavras reencontram a vibração e o volume, o contorno ou a sombra, o desgarre e a frescura, que sempre sonha dar-lhes quem ao papel as arremessa”.

1984. Simone – Mulher, Guitarra (LP Phillips, CD Universal, 2003 )

Lado A: Fadinho das Iscas / Menor Maior / Fado Vivo / Demos as Mãos / Pedras Preciosas

Lado B: Alma Minha Gentil Que Te Partiste / Quadras / Canção / Amiga Noiva Irmã / Prece

Se entre o alinhamento do álbum de estúdio lançado em 1981 tinha havido já um breve piscar de olho aos universos do fado, no segundo disco que Simone de Oliveira gravou para a PolyGram a aposta foi mais longe. E assim nasceu um disco integralmente dedicado ao fado mas no qual as marcas de personalidade (na voz, nas palavras) não está ausente. Pelo contrário este é um disco de fados ao jeito de Simone. As palavras e os poetas comandam a construção do conceito que molda Simone – Mulher Guitarra. Todo o lado A é feito por um conjunto de fados com poema de José Carlos Ary dos Santos. Voltando a face do vinil encontramos as palavras de Luís Vaz de Camões, Fernando Pessoa, Cecília Meireles, Florbela Espanca e Miguel Torga. Na música ora se visita o fado tradicional ou a música de Alfredo Marceneiro como composições novas, aí surgindo com maior evidência a presença de Martinho da Assunção. Este é de resto um dos músicos que (à viola) acompanham Simone nesta gravação na qual participaram ainda Vital da Assunção (viola), Arménio de Melo (guitarra) e Correia Martins (baixo). O disco foi gravado numa só sessão no Angel Studio 1 a 1 de outubro de 1983 com produção assinada por Carlos do Carmo. Vale a pena lembrar que este álbum surge num tempo ainda distante de um renascimento discográfico que o fado só viveria mais tarde, nos anos 90, pelo que representou então uma proposta de alguma ousadia.

1992. O Melhor de Simone (LP/CD EMI)

LP 1 Lado A: De Degrau em Degrau / Pingos de Chuva / Sensatez / Fúria de Viver / As Três Lágrimas / Se Tens Coração

LP 1 Lado B: Yesterday / Tu Sei Quello / Que C’est Triste Venise / Não Peço Palavras / Saudade / Esta Lisboa Que Eu Amo

LP 2 LADO A: Desfolhada Portuguesa / Dia de Rosas / Praia de Outono / A Banda / Não Fiques Sem Alma / Já Ouviste o Mar

LP 2 LADO B: Começar de Novo / As Coisas de Que eu Gosto / Apenas o Meu Povo / Música No Coração / Glória Glória Aleluia / A Noite do Adeus

Tal como sucedera em 1981 com um LP lançado no âmbito da série “Antologia da Música Popular Portuguesa” esta compilação de Simone de Oliveira é igualmente um ‘best ‘of’ enquadrado numa outra coleção. Com o título O Melhor de Simone, o disco apresenta um alinhamento não crolonogicamente ordenado de canções que correspondem ao período entre 1964 e 1976 durante a qual Simone de Oliveira editou através do selo Decca (ligado à Valentim de Carvalho). O Melhor de Simone aponta sobretudo o grosso do seu alinhamento a canções editadas nos anos 60. De resto, da discografia posterior à mudança de voz estão aqui apenas quatro canções, todas elas editadas em singles lançados entre 1972 e 1973. São elas Glória Glória Aleluia, Pingos de Chuva, Fúria de Viver e Apenas o Meu Povo.

1992. Algumas Canções do Meu Caminho (2LP/CD, Ariola)

Abertura Orquestral / Medley Português (Sol Inverno, Lado A Lado, Vocês Sabem Lá, Degrau Em Degrau)       / Auto Retrato / Não É Verdade / Porto Sentido / Viagem / Visita De Camarim / Cidade / Je Reviens Te Chercher /Era O Verde / Poema Em Tom Maior       / No Teu Poema / Estrela Da Tarde / Apresentação / À Tua Espera / Labrador De Quimeras / Palavras Gastas / Tango Ribeirinho / Sete Letras / Apenas O Meu Povo / Um Amigo Que Eu Canto / Esta Lisboa Que Eu Amo / Desfolhada / Final

Simone de Oliveira assinalou os 35 anos de carreira com uma gala na Sala Garrett do Teatro Nacional D. Maria II. Chamou ao concerto Algumas Canções do Meu Caminho e o programa seguiu precisamente essa ideia sem, contudo, arrumar as memórias num percurso cronológico. De resto, da etapa que viveu nos anos 50 e 60 juntou alguns clássicos maiores num medley, deixando contudo a Desfolhada para o momento de clímax do alinhamento. A escolha dos temas vinca, por isso, a construção do cânone de referência maior na obra de Simone de Oliveira que foi construído sobretudo entre os álbuns lançados entre os anos 70 e inícios de 80. Os seus temas clássicos, de resto, estão todos aqui, partilhando espaço com uma versão para Porto Sentido, de Rui Veloso e Carlos Tê ou uma outra de Este Amigo Que Eu Canto, de Fernando Tordo e Ary dos Santos. O concerto foi filmado para televisão (numa realização de Nuno Teixeira para a RTP) gerando um programa com o mesmo título do concerto que, por sua vez, seria igualmente usado no álbum duplo que fixou estas mesmas memórias.

1997. Simone Me Confesso (2CD, Noites Longas)

CD1 Clássicos: Se Tens Coração / Olhos Nos Olhos / Três Lágrimas / Começar De Novo / Sensatez / Mesa Sem Ninguém / Não Sei Dizer / Maria Solidão / Pingos De Chuva / É Tarde Meu Amor / Avé Maria Do Povo / Glória, Glória Aleluia

CD2 Originais: …Se Já Me Esqueci / Por Não Haver Mais Marés / Os Gatos / Apaixonadamente / O Nome / O País (Do Eça De Queiroz) / Se Eu Fosse Aquela Gaivota / Não Sei Se Me Escreva / Pássaro Azul / Arrumei Teimosamente / Simone Me Confesso / Kyrie

Simone de Oliveira associou o assinalar dos 40 anos de carreira à realização de um espetáculo e ao lançamento de um novo disco. Apresentado na forma de CD duplo, Simone Me Confesso procurou por um lado assinalar o espaço da memória mas, acima de tudo, vincava o tempo presente. O primeiro CD do alinhamento é todo ele feito de “clássicos”, alguns deles originalmente registados no tempo em que a sua discografia era essencialmente feita de EPs, mas todos eles sujeitos agora a novas abordagens sob arranjos de Miguel Braga e Luís Fernando, interpretadas depois por um grupo de formação diferente dos que habitualmente haviam até ali acompanhado a cantora, incluindo guitarra, baixo, teclados e percussões. Nos coros surgem, entre outras vozes, as de Adelaide Ferreira e Lara Li. As maiores novidades surgem no CD, não apenas no facto de serem inéditos, mas por representarem, alguns deles, momentos em que as letras são assinadas pela própria Simone. São disso exemplo canções como Se Já Me Esqueci ou Por Não Haver Mais Marés, com música de Paulo de Carvalho ou Se Eu Fosse Aquela Gaivota, com música de Carlos Mendes, que inclui a presença de uma guitarra portuguesa. O alinhamento apresenta três canções da dupla Nuno Nazareth Fernandes / Ary dos Santos (Os Gatos, O Nome e O País do Eça de Queiroz) e uma canção assinada por Maria Guinot (precisamente a que dá título ao disco).

2004. Intimidades (CD, Vidisco)

Auto-retrato / Sol de Inverno / Cidade / Apaixonadamente / O País do Eça / Pingos de Chuva / À Tua Espera / Olhos nos Olhos / Tango Ribeirinho / Labrador de Quimeras / Fado Menor / Visita de Camarim / Poema em Tom Menor / Era o Verde / Maria Solidão / Desfolhada / No Teu Poema

O assinalar dos 45 anos de carreira de Simone de Oliveira fez-se com um espetáculo de “intimidades” vivido num palco com a presença apenas de um piano (José Marinho) e um violoncelo (Andrzej Michalczyk). Simone de Oliveira escolheu um conjunto de canções que cruzam diversas etapas da sua carreira. As marcas de identidade deste espetáculo acolheram, porém, outra característica maior: o contar de histórias. E assim, entre as canções, a voz de Simone de Oliveira encaminha-nos através de memórias que recordam antigos colaboradores, figuras próximas e situações. As palavras são informais e um bom sentido de humor acaba por ser um denominador comum a estes momentos. Um documento deste momento foi captado ao vivo no Fórum Cultural do Seixal, tendo depois conhecido edição em CD e também em suporte de home vídeo. O DVD (o único até hoje editado por Simone de Oliveira), acrescenta à gravação do espetáculo alguns extras, nomeadamente imagens de ensaios e algumas palavras de apresentação do projeto (pela própria Simone).

2008. Perfil (2CD, iPlay)

CD 1: OS CLÁSSICOS – Desfolhada Portuguesa / Começar de Novo / Nem Eu Nem Vocês / Não Te Peço Palavras / Avé Maria do Povo / Sensatez / De Saudade em Saudade / Já Ouviste o Mar / Praia de Outono / Canção Cigana / Olhos nos Olhos / Sol de Inverno / Canção ao Meu Velho Piano / Pingos de Chuva / Nunca Mais a Solidão / As Palavras que eu Cantei / Apenas o Meu Povo / Mulher Preente

CD 2: AS VERSÕES – Yesterday / Strangers in the Night (Estranhos na Noite) / Ne Me Quitte Pas (Não Me Vás Deixar) / Anyone Who Had a Heart (Alguém Que Teve Coração) / My Favorite Things (As Coisas De Que Eu Gosto) / Those Were The Days (Aqueles Dias Felizes) / Puppet on a String (Marionette) / A Banda / Dr. Doolittle (Falar Com os Animais) / I Could Have Danced All Night (Eu Dançaria Assim) / Quando M’Innamoro (Quando Me Enamoro) / This Is My Song (És a Minha Canção) / Que C’Est Triste Venise / Something Stupid (Tu e Só Tu), dueto com Marco Paulo / Edelweiss (Onde Vais) / No Teu Poema / Glória Glória Aleluia / Deshojada (Desfolhada Portuguesa)

Uma antologia representativa do período em que Simone de Oliveira gravou para selos da Valentim de Carvalho (1964-1976) surgiu em 2008 a assinalar os 50 anos da carreira em disco da cantora na forma de um CD duplo que arruma os temas segundo uma lógica concetual. Com alinhamento e liner notes assinadas pelo autor deste texto que estão a ler (pois…) Perfil concentra no CD os grandes “clássicos”, sobretudo aqueles que foram criados para a voz de Simone de Oliveira. E logo ali encontramos as várias canções que a cantora defendeu nas edições de 1964, 1965, 1968 e 1973 do Festival da Canção (entre as quais as duas que depois levaria à Eurovisão). Já o CD junta uma família de versões, umas delas de canções originalmente surgidas em bandas sonoras, outras grandes êxitos de então e até mesmo uma leitura em português da vencedora eurovisiva de 1967. Na sua maioria estas versões apresentavam adaptações da letra para a língua portuguesa e foram sobretudo lançadas em EPs editados na segunda metade dos anos 60. Há ainda neste segundo CD uma abordagem pessoal a No teu Poema, uma das canções que Carlos do Carmo levou ao Festival da Canção em 1976, assim como a versão em língua espanhola da Desfolhada.

2013. Pedaços de mim (LP/CD, GET!RECORDS)

Lado A: Pedaços de Ti / Por Detrás da Minha Porta / O Meu Pecado É Viver / Foi Assim / Ouve a Voz / Uma Rosa Y Un Bolero / Rosa Sangue

Lado B: Valsa de Uma Vida / Não Me Importa / Uma Canção Para Clarice / Lisboa / Te Doy Una Canción / Vida

Após uma longa ausência dos estúdios Simone de Oliveira registou em 2013 o seu primeiro registo de inéditos desde as sessões que geraram o CD2 de Simone Me Confesso, disco que partilhava essas novidades com novas abordagens a temas clássicos. Ou seja, fazendo as contas, em absoluto, Pedaços de Mim foi o primeiro álbum de estúdio de Simone de Oliveira desde Mulher Guitarra (a experiência em terrenos do fado de 1984). O disco retoma o universo da grande canção orquestral, contando desta vez com arranjos de Luís Avelar, Renato Jr (que produz) e de Nuno Feist, este último o músico que a tem acompanhado mais frequentemente nos últimos anos. O alinhamento revela o melhor conjunto de canções de Simone desde o clássico Simone de 1981 e coloca em cena uma série de novos autores. Nomes como Susana Félix, Ana Vidal, Jorge Cruz Tiago Torres da Silva ou Filipe La Féria assinam letras. Como compositores encontramos aqui nomes como Renato Jr, Rita Roquette de Vasconcelos, Rui Veloso, Nuno Feist ou Paulo de Carvalho. Miguel Gameiro assina A Valsa de Uma Vida e Augusto Madureira, Foi Assim, canções que olham o tempo, quer no ponto de vista da memória quer em jogos de antecipação rumo ao futuro. Ricardo Ribeiro colabora em dueto em Uma Rosa y un Bolero, de Manu Tenório. E o guitarrista Pedro Jóia participa nesta mesma canção e também em Te Doy uma Canción, de Silvio Rodriguez. O disco teve, além de uma edição em CD, uma tiragem limtada de 500 exemplares em vinil.

Em edição ‘budget’ foram lanças ainda as compilações “Grandes Êxitos” (CD Movieplay, 1992), “O Melhor dos Melhores” (CD Movieplay, 1994), “Desfolhada Portuguesa” (CD Série Caravela-EMI, 1996), “Clássicos da Renascença” (CD Movieplay, 2000), “Essencial” (Valentim de Carvalho, 2014), “Grandes Êxitos” (CD Warner Music Portugal, 2014).

EP

1958. O Burrinho / Agora / Eh Pá do Fado /Vocês Sabem Lá (Alvorada)

1959. Amor à Portuguesa / Tu / Nos Teus Olhos Vejo o Céu / Tu e Só Tu (Alvorada)

1959. Fiquei /Quero saber /Amor para dois /Anda aí uma Cigana (Alvorada)

1959. Despertar / Eu /Chegou a Primavera / Meu Estranho Amor ( Alvorada) 

1960. A saudade vem depois / Não há razão / Terra formosa / A noite é bela (Alvorada)

1960. Sol poente / Foi você / Ariane / Primavera (Alvorada)

1960. Tenho saudades / Fim de romance / Abandono / Tarde demais (Alvorada)

1964. Lado a Lado / Canção Das Sombras Perdidas / Desesperadamente / Corpo E Alma (Alvorada)

1964. Se Tens Coração / As Três Lágrimas / Labirinto / Doce Amargura (Decca)

1964. Novo Fado da Severa / Deixa Lá / Maria Solidão / Olhos Nos Olhos (Decca)

1964. “IV Festival da Canção Portuguesa” – Nem Tu Nem Vocês / Se Tu Queres Saber Quem Sou / Quando Será / Canção do Outono (Decca)

1964. “Praia de Outono” – Canção Sem Importância / Reste / Meu Único Amor / Praia de Outono (Decca)

1965. Canção Cigana / Sempre Tu Amor / Quero e Não Quero / Alguém Que Teve Coração (Decca)

1965. “Sol de Inverno” – Sol de Inverno / De Degrau em Degrau / Silhuetas ao Luar / A Rua do Desencontro (Decca)

1965. “Canções de My Fair Lady” – A Rua Onde Mora Meu Bem / Eu Dançaria Assim / O Rei De Roma / Um Bocadinho Só Bem (Decca) com António Calvário

1965. “De Saudade Em Saudade” – De Saudade em Saudade/De Mão Dada/Sensatez/Não Fiques Sem Alma (Decca)

1965. Música No Coração – Música No Coração / A Noite do Adeus / Tu És Aquele / Onde Vais (Decca)

1965. “Estranhos Na Noite” – Estranhos Na Noite / As Coisas De Que Eu Gosto / Dó-ré-mi / Dias de Felicidade (Decca)

1966. “Começar de Novo” – Começar de Novo / Sem Amor / Já Ouviste O Mar? / O Céu É Bom P’ra Mim (Decca)

1966. “A Banda – A Banda / Um Só Dia / Dia Das Rosas / Vem A Meus Braços (Decca)

1966. “Chorar E Cantar” – Renascendo / Canto de Partir / Chorar e Cantar / Tema para Sonata (Decca)

1966. “Simone Canta Nóbrega e Sousa” – Cantiga de Amor / Amanhã Serás O Sol / Não Te Peço Palavras / Quero Viver em Paz (Decca)

1967. “Marionette” – Marionette / Esta Lisboa Que eu Amo )/ És A Minha Canção / Balada Da Traição Do Mar (Decca)

1967. “Marchas do Estoril” – Marcha do Estoril 1967 / Marcha do Estoril 1965 / Santo António do Estoril / Marcha da Costa do Sol 1966 (Decca)

1967. “Tu Só Tu” – Tu Só Tu (dueto) / Gatinha / Nem Sol Nem Lua / Anouschka (MP) – (Decca) com Marco Paulo

1968. “Doutor Doolitle” – Falar Com Os Animais / Algo Em Teu Sorriso / Encruzinhada / Quando Vejo Em Teus Olhos (Decca)

1968. “Grande Prémio TV da Canção Portuguesa” – Canção Ao Meu Piano Velho / Vento, Não Vou Contigo / O Calendário / Dentro de Outro Mundo (Decca)

1968. “Quando Me Enamoro” – Viva O Amor / Nos Meus Braços Outra Vez / Quando Me Enamoro / Para Cada Um Sua Canção (Decca)

1968. “Aqueles Dias Felizes” – Aqueles Dias Felizes / Pingos de Chuva / Fúria de Viver (Decca)

1969. “Desfolhada Portuguesa” – Desfolhada Portuguesa / Cinco Quadras Cinco Pedras / Avé Maria do Povo (Decca)

1972. “Glória, Glória Aleluia” – Glória, Glória Aleluia / Hino do Amor / Retrospectiva (Decca)

1973. “Vocês Sabem Lá” – Vocês Sabem Lá / Amor Para Dois / Oração Para Dois / Lado a Lado (Alvorada)

1975. “Mulher Presente” – O Trabalho / Mulher Presente / É tarde Meu Amor (Decca)

SINGLES

1969. Terre Guitarre / Deshojada (Decca)

1972. Pingos de Chuva/Fúria de Viver (Decca)

1973. Apenas O Meu Povo / Introito (Decca)

1978. Não É Verdade/Maria Saudade (Alvorada)

1979. Sempre Que Tu Vens Primavera / Mesa Sem Ninguém Cama Com Tão Pouco (Alvorada)

1980. Sete Letras / Tango Ribeirinho (Rádio Triunfo)

1980. Amor Sem Depois / Cansaço da Mesma Viagem (Alvorada)

1980. À Tua Espera / Te Espero (Phillips)

1983. Eu Quero e Não Quero / Salva de Palmas (Rádio Triunfo)

2000. Sem Plano (CD Single, NorteSul) com Cool Hipnoise

DVD

2004. “Intimidades” (Vidisco)

Esta discografia foi elaborada com base na minha coleção pessoal, cruzando informação com o que podemos consultar na plataforma Discogs e na página dedicada a Simone de Oliveira na Wikipedia.

A lista refere apenas a discografia nacional de Simone de Oliveira

Se notar datas de edição erradas ou conhecer discos aqui não referidos, envie por favor email para giradiscosmail@gmail.com

Respostas de 8 a “A discografia de Simone de Oliveira”

  1. Boa tarde
    Gostaria se poderia informa -me se existe um disco da Simone que se encontra na sua discografia que eu vi na Wiquipedia que se chama ” Fim de estação ” ( 1961) . Eu gostaria que me confirma se pois tambem sou um grande admirador da Simone .
    Obrigado desde já por uma palavrinha e desculpe estar a incomodar…
    Sinceros cumprimentos
    Luis Henriques

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    1. Bom dia. Não conheço nem vi nunca referência a esse disco. Surge apenas como um título e sem alinhamento (ao invés dos restantes EP ali apresentados). Mas há vários erros na discografia na Wikipedia. Há muitos erros na Wikipedia. Pode por isso ser um erro que não foi corrigido. Mas não descarto a possibilidade de existir… Vou averiguar junto da própria Simone. Obrigado pela observação.

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  2. Avatar de Filipe Ressurreição
    Filipe Ressurreição

    Olá!
    Este artigo está fantástico! A discografia da Simone precisava disto. Desde já os meus parabéns. Ando a organizar minha biblioteca musical da Simone através deste seu artigo!

    Ao fazê-lo, detectei duas coisas:
    1) A canção “Ontem e Hoje” que surge na Antologia Grandes Êxitos da Movieplay de 1992 surgiu em que disco, sabe?
    2) Falta o Single “Terre Guitare / Deshojada” (Valentim de Carvalho) de 1969 (versões francesa e espanhola da “Desfolhada”).

    Um abraço e obrigado por esta discografia!!

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    1. Hello. Obrigado antes de tudo mais. Vou ver da canção “Ontem e Hoje”. Eu evitei edições internacionais, mas de facto o single em francês e espanhol foi edição VC. Vou juntar então.

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      1. Boa noite. Mais um pequeno acrescento: no EP “Simone canta Nóbrega e Sousa”, falta a canção “Quero Viver em Paz”.

        Um abraço!

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    2. a canção “ontem e hoje” aparece num ep alvorada aep 60429 relativa ao III festival da canção – figueira da foz juntamente com “dilema” (madalena iglesias), “bom dia lisboa” (alice amaro) e “porque voltei” (jose manuel guedes). não sei se existe outra edição anterior a esta que é de 1961.

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  3. Não sei se é possivel mas talvez fosse enriquecedor colocar a referência completa dos discos. Eu tenho muita coisa gravada dela e ando a elaborar uma lista excel e por vezes “andar á pesca” é complicado na net sem a referência. Obrigado pela atenção.

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