Os Acid House Kings são um quarteto sueco com história que remonta a 1991, mas parece ter saído de uma festa de aficionados de trapos e cortes de cabelo dos anos 60. Ainda hoje em atividade são como uma “superanda”, juntando os esforços de Joakim Ödlund que tem no currículo bandas como os Poprace, Double Dan, e Starlet) e dos irmãos Niklas (dos Red Sleeping Beauty) e Johan Angergård (este também nos Poprace e figura com peso em projetos como os Club 8 ou The Legends), aos quais se juntou depois Julia Lannerheim. Ou seja, todos eles com cartas fortes a jogar no panorama da pop sueca contemporânea de pendor mais alternativo.
Para deixar de lado quaisquer dúvidas que o nome da banda possa suscitar, esclareça-se já que em nada há por aqui heranças do mítico Roland 303 e outras engenhocas para fazer bleep bleep no registo que a história registou sob a patente acid house… Pelo contrário, estamos em pacato território pop mais clássico, pastoral, como se de um encontro entre os Kings Of Convenience e os Belle & Sebastian se tratasse. Mas não esgotemos a caracterização em comparações, até porque quando ambos os projectos agora citados apareceram, já estes senhores suecos por cá estavam…

Estrearam-se em disco em 1991 com “She Fakes Apples”, o primeiro disco de uma série que, em 2022 juntou ao seu catálogo o mais recente “Honey, Honey”. Em 2005 brindaram-nos com “Sing Along With The Acid House Kings”, o seu quarto álbum e, então, uma das mais belas canções pop do ano. O disco traduz uma música que podemos entender como herdeira de uma importante tradição folk que há muito é espaço de referência na identidade pop sueca, mas que está na verdade mais próxima do sentido pastoral de certas bandas da ruralidade britânica, sem receio ainda de cruzar vozes e guitarras com cenários para cordas. Canções doces (bem açucaradas), mas instrumental ou vocalmente cortadas aqui e ali por eventual travo amargo, são encanto a redescobrir nestes 35 minutos de puro prazer pop (com pontual, mas quase envergonhado, abanão de anca em jeito disco sound em “Tonight Is Forever”). É um bom disco para escutar nas tardes de fim de Verão, mas o belíssimo “Do What You Wanna Do” é tema para escutar a qualquer hora e dia do ano.





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