As datas “redondas” têm destas coisas. E facto de se ter assinalado em 2024 o 80º aniversário de Chico Buarque não será estranho ao aparecimento de um novo ensaio biográfico. Assinado pelo jornalista Tom Cardoso, um carioca com carreira reconhecida na imprensa paulistana, “Trocando em Miúdos – Seis Vezes Chico” surge na linha de um livro com características semelhantes que o mesmo autor apresentou há cerca de um ano, por ocasião dos 80 anos de outro vulto maior da música brasileira: Caetano Veloso. 

As semelhanças entre ambos os lançamentos tem a ver com a forma da abordagem, já que aqui, tal como acontecia no (muito recomendável) volume dedicado a Caetano Veloso, Tom Cardoso opta por lançar seis olhares sobre o biografado ao invés de nos propor uma narrativa mais convencional, ordenada apenas pela evolução da cronologia. No caso de Chico Buarque estes olhares (seis, como o título desde logo sugere) apontam atenções sobre as relações do músico com a literatura, a fama, a censura (e a auto-censura), o futebol e, aqui retomando duas abordagens comuns ao volume sobre Caetano, a política e as polémicas que o envolveram ao longo dos anos. 

Além deste modo de biografar através de seis pontos de vista, numa narrativa repleta de factos enumerados, histórias relatadas e citações, “Trocando em Miúdos – Seis Vezes Chico” inclui ainda uma discografia completa da obra de Chico Buarque.

“Trocando em Miúdos – Seis Vezes Chico” é um volume de 278 páginas com capa mole, numa edição (brasileira) da Record.

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