Natural de Espinho, nascida em tempo de férias de uma família de Viseu, ligada à tauromaquia, Maria Zulmira Casimiro de Almeida (1914-1970), imortalizada no teatro, cinema e discos como Mirita Casimiro estreou-se nos palcos em 1935, cantando na revista “Viva a Folia!”, no Teatro Maria Vitória, em Lisboa. Seguiram-se outras peças de teatro de revista, comédias e operetas (são exemplos “A Catraia do Bolhão” ou “A Senhora da Atalaia”) antes de uma experiência no cinema que lhe dariam um papel e uma canção que para sempre ficariam associados à sua memória.
Com argumento de José Galhardo, Alberto Barbosa e Vasco Santana (com quem a atriz e cantora se casaria poucos anos depois), “Maria Paopila”, com realização de Leitão de Barros e canções de Fernando de Carvalho, Raúl Ferrão e Raúl Portela, apresentava uma narrativa que propunha um confronto entre a cidade e a vida numa aldeia do interior, temática que, traduzindo o êxodo rural que atraía gentes para os grandes centros urbanos, foi comum a vários filmes, peças de teatro, romances e canções no Portugal de então. O filme, de 1937, tinha por protagonista uma mulher vinda de um aldeia beirã cuja viagem a Lisboa a fará encontrar o amor, pensar o papel da honra e, no fim, vencer pela força da honestidade.
Fez então história uma canção que se escuta no comboio que a leva a Lisboa, na qual Mirita Casimiro canta o “adeus à serra” e convoca todo um novo quadro de vida que tem pela frente. Editada num 78 rotações d’A Voz do Dono, como “Canção da Papoila”.





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