Formato algo frequente nos anos 80, a edição de EPs e mini LPs que juntavam versões longas originalmente editadas em máxi singeles e, eventualmente, alguns lados B, gerou uma série de títulos que, se na época visavam apostas de vários artistas (e editoras) em mercados locais, hoje são peças sobretudo procuradas por colecionadores. São exemplos “Carnival” dos Duran Duran (que teve até várias capas e alinhamentos distintos em territórios distintos”), “It’s My Mix” dos Talk Talk, “Scoundrel Club” dos A-ha ou um EP que a Hansa Records apresentou em 1980 numa altura em que “Quiet Life” apresentava uma reordenação da música e imagem dos Japan, tornando-os (sem que eles então o imaginassem) numa das peças na linha da frente da invenção de uma nova linguagem ao serviço da canção pop.

Contemporâneo de um EP japonês no qual a banda apresentava o seu primeiro registo captado ao vivo (no Japão), o canadiano “Special Edition – Five Song – Extended Play” é sobretudo uma montra capaz de expor o que era o novo posicionamento pop (elegante, sofisticado e desafiante) dos Japan. É verdade que o projeto de parceria com Giorgio Moroder (em “Life In Tokyo”) tinha resultado em mais um tiro ao lado e até mesmo o álbum “Quiet Life” estava ainda longe de ter conquistado o reconhecimento que alcançaria depois do sucesso de “Tin Drum” algum tempo depois. Mas esses números não demoveram os Japan de juntar aqui  os singles recentes “I Second That Emotion” (versão de um clássico de Smokey Robinson), “European Son” e “Life In Tokyo”, nenhum deles representado em álbuns de estúdio da banda. O alinhamento incluía ainda uma nova gravação do tema-título do álbum de estreia e o lado B “Stateline”. O EP não terá sido então a chave do sucesso desejado. Mas é uma bela reunião de canções que traduzem uma etapa de transição na história de uma das mais belas bandas pop de todos os tempos.

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