Em semana de Natal o GIRA-DISCOS espreita as coleções de discos de Natal de alguns colecionadores… E o primeiro a contar as histórias dos seus discos da quadra é o Luís Pinheiro de Almeida.

Porque colecionas discos de Natal?

Não sei, é uma mania como outra qualquer e não é bem “coleccionar”, que implica “músculo financeiro” e ir “rigorosamente atrás de tudo”, até do “número da sorte”. Não sou assim, eu apenas “junto”, que é mais confortável, barato e divertido. Se não gosto, não compro. Se “coleccionasse” tinha de comprar tudo, mesmo não gostando. Mesmo assim, a “colecção” aproxima-se perigosamente do fim, já que não há assim tantos artistas que se dêem ao trabalho de gravar um álbum de Natal, o que é uma pena. Se bem me lembro, Eric Clapton terá sido o último ou um dos últimos. Não deixa de ter a sua graça quando vou, por exemplo, à FNAC e pergunto por discos de Natal. Olham para mim como se tivesse acabado de aterrar de Marte. Mas só acontece em Portugal. Gosto tanto do tema que um dia até me propus fazer uma colectânea em português, diferente, mas não passou disso mesmo, de um projecto (como tantos outros). Hoje só se edita em digital, o que me irrita solenemente e não compro! Além de “discos de Natal”, também gosto de “juntar” “discos da bola”, “discos políticos/partidários/intervenção”, “discos do 25 de Abril”, “discos de Coimbra”, “world music”, “red hot”, por aí… é divertido!

Qual foi o primeiro disco de Natal que compraste?

Não foi comprado, foi oferecido pelos Beatles através do seu clube de fãs oficial, de que era membro, logo em 1963. Eram mais mensagens de Natal para os fãs, mas lá pelo meio (1967) também havia “canções”, como, por exemplo, Christmas Time (Is Here Again), que viria a ser editado oficialmente em 1995 como lado B de Free As A Bird. Segundo sei, é a única canção de Natal dos Beatles.

Tens algum disco de Natal raro?

Acho que sim, em cerca de 400 discos e umas duas mil canções, deve haver algum, mas não me preocupo muito com isso. Agora que falas, estou a lembrar-me de uns vinis, também para fãs, dos Pearl Jam e REM, a edição portuguesa do disco de Natal de Bruce Springsteen. E é capaz de haver mais.

Há algum que estejas à procura e ainda não tenhas encontrado?

Não creio, mas se me quiseres sugerir algum sou todo ouvidos!

A tua capa preferida de um disco de Natal é…

Normalmente, as capas de discos de Natal são muito sensaboronas, mas deixa-me ir à estante refrescar a memória.

(…)

Sei lá, talvez os que não tenham símbolos do Natal ou que estejam dissimulados. Vi, por exemplo, os do Very Special Christmas, An Easy Christmas, Maybe This Christmas, Peanuts, Rockin’ ‘n Rollin’ With Santa Claus, Doris Day, tantas, tantas. Mas há outras tantas que são de fugir, mesmo ridículas.

E qual é o teu disco de Natal preferido?

Credo!!! E agora? A primeira, a que mais me comoveu, desde sempre, foi 7 O’Clock News/Silent Night, de 1966, de Simon and Garfunkel. Ainda hoje choro com ela. Mas também choro com Happy Xmas (War is Over) (John Lennon), Do They Know It’s Christmas? (Band Aid (a versão original), Christmas Must Be Tonight (Robbie Robertson), tantos, tantos outros. É melhor calar-me.

O disco de Natal mais invulgar que já ouviste é…
Assim de repente não sei precisar, mas talvez Flaming Lips, o de Oxford Street…

Há discos de Natal com “standards” e outros com originais. Quais preferes?

Os dois, mas também prefiro “versões catitas” de standards.

Quem gostarias de ver a criar um disco de Natal?

Cat Stevens! E já que vou vê-lo em Julho, até podia ser já nas termas de Caracalla. Isso é que era!

Escolhe um disco de Natal menos conhecido…

Aqui não tenho qualquer dúvida: a versão de Silent Night, por Francis Mann. Com uma guitarra de arrepiar! Sei que está a trabalhar numa nova mistura para melhorar o som. A faixa está incluída como “traque bónus” no álbum “OM”, de 2015.

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