Músico, compositor e fundador dos The Gift (em 1994). Fez um pouco de tudo na produção de um disco, design, distribuição de flyers, colou cartazes, escreveu argumentos para vídeos, escreveu para alguns jornais, escreveu prefácios para livros, criou uma revista chamada Verniz. É DJ regularmente, abriu e fechou uma rádio online (a Rádio Clinic), jogou hóquei, foi dono de um clube, o Clinic em Alcobaça, trabalhou em fábricas de porcelanas, tirou fotografias, tem um curso de jornalismo.

Regravou canções de Amália Rodrigues com os Amália Hoje, vive em Madrid, Alcobaça e Porto, tem uma filha chamada Mia Alexandrina. Conheceu Brian Eno “numa favela no Rio de Janeiro”, desde essa altura é o produtor associado aos Gift. Com ele produziu os dois mais recentes álbuns de estúdio Altar e Verão. Deu já mais de 500 concertos, concebeu festas e festivais de música. Fala sobre Futebol aos domingos na RTP3. A cabine de DJ, explica, “é um habitat regular, um parque de diversões”, não tem medo “de arriscar e a dança é muito mais que uma obrigação”. Em casa gosta dos Cure. Não gosta “da maioria das entrevistas que lhe fazem”. Organizou mais de 200 concertos e ouviu “mais de mil discos”. 

Qual foi o primeiro disco que compraste?

O primeiro disco que apareceu em casa para os dois [ou seja ele e John, o irmão], foi comprado pela minha mãe e foi o single do The Wall dos Pink Floyd. O primeiro que comprei foi para oferecer à minha mãe e era o Libra do Julio Iglesias. O primeiro que comprei com o meu dinheiro e poupanças, foi uma coletânea que saiu dos The Smiths que tinha dois volumes. Deve ter saído em 92 creio eu. 

E o mais recente… 

Da FKA Twigs, o Magdalene.

O que procuras juntar mais na tua coleção? 

Edições raras. Infelizmente a minha coleção de discos é mais como uma peça decorativa. Tenho pouco tempo e entre viagens constantes a minha casa de Alcobaça é poucas vezes usada, e é lá que guardo os discos. 

Um disco pelo qual estejas à procura há já algum tempo. 

The Naked Souls – Two and One EP.  Foi um EP que saiu em 93 creio eu. A banda era Suíça e ouvia-os na altura num programa que existia na MTV que se chamava 120 Minutes, ou outro chamado Alternative Nation. Era também na MTV que se ouviam as coisas mais novas que se faziam por essa Europa fora. Essa é também uma das razões pelo qual eu acho que hoje estamos com muito mais informação, mas muito menos critério. Esses programas ajudavam ao critério.  O disco esse nunca o comprei. Mas um dia conseguirei….

Um disco pelo qual esperaste anos até que finalmente o encontraste. 

O Documento dos Ban. Tinha-o em CD mas infelizmente em vinil nunca o tinha encontrado… Até que há três anos um amigo meu, o Janita, ofereceu-me nos anos o seu próprio disco. Foi um acto enorme. Para sempre lhe vou agradecer. 

Limite de preço para comprares um disco…Existe? E é quanto? 

Depende do que compro. Gosto de edições especiais, com livros etc etc. Geralmente não olho ao preço.

Lojas de eleição em Portugal… 

Compro online.

Feiras de discos. Frequentas? 

Quando calha. Não as busco mas por vezes aparecem-me pela frente… um género de castigo… Mas sinceramente nada bate os mercados de Londres. Costumo comprar funk por lá. Chego a um senhor, dou-lhe 50 libras e peço para fazer uma seleção do melhor. E volto uma meia hora depois. É um exercício que gosto de fazer.

Que formatos tens representados na coleção? 

Herdei maioritariamente o vinil da discoteca do meu pai. Tenho os anos 80 e 90 muito bem representados. Comprei muitos CDs mas perdi-os todos. A ultima remessa foi uma banda que tocou no Clinic e roubou a minha mala. Nunca lhes vou perdoar….

Os aristas de quem mais discos tens? 

The Cure

Editoras cujos discos tenhas comprado mesmo sem conhecer os artistas…

Um disco da Mo’Wax há uns anos atras. Tinha uma serie de bandas que estavam a começar na altura. 

Uma capa preferida.

The Space Between Us, do Craig Armstrong

Uma disco do qual normalmente ninguém gosta e tens como tesouro. 

Wish, dos The Cure.

Como tens arrumados os discos? 

Espalhados por três casas e um Clube chamado Clinic… Um caos…

Um artista que ainda tenhas por explorar… 

Bill Fay – amei um dos últimos discos dele e quero conhecer mais, mas confesso que estou à espera do ano que tiver calma e puder estar na mesma casa mais que três meses seguidos. 

Um disco de que antes não gostasses e agora tens entre os preferidos.

Utopia, de Björk

Já compraste discos que, afinal, já tinhas? Caso sim, quais. E o que fazes com os discos repetidos? 

Tenho duas ou três vezes o OK Computer dos Radiohead. Comprei-o quando saiu, depois ofereceram-me o vinil, depois comprei a edição especial que saiu há uns três anos. Mas nunca é demais. É um dos discos mais bem conseguidos da história da música.

Há discos que fixam histórias pessoais de quem os compra. Queres partilhar um desses discos e a respectiva história? 

Do Craig Armstrong, o The Space Between Us. Comprei-o pela capa. Algo me dizia que estava ali um artista maior. Foi o meu disco de eleição durante uns bons anos. Ainda lá vou de vez em quando. Muitas memórias, boas e más. Como a vida, às vezes merece a pena outras vezes não…

Um disco menos conhecido que recomendes…

Menos conhecidos não sei se são…. Virginia astley – From gardens where we feel secure; Bill Fay – life is people; The Aliens, Astronomy for Dogs.

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