João Vieira

É músico, compositor, DJ e produtor. Iniciou a sua carreira em Londres nos finais dos anos 90, onde se formou como designer gráfico. Como DJ Kitten, reescreveu a cena clubbing em Portugal no início dos anos 2000. É um dos fundadores dos X-Wife e a solo edita sob o nome White Haus. Mas hoje fala dos discos que tem em casa.

Foto: Luis Espinheira

Qual foi o primeiro disco que compraste?

Não tenho a certeza absoluta mas acho que foi o “Standing on a Beach – The Singles” dos The Cure (vinil).

E o mais recente?

Jessy Lanza – All the time (LP, vinil)

O que procuras juntar mais na tua coleção?

Discos intemporais que me marcaram, raridades e discos mais obscuros.

Um disco pelo qual estejas à procura há já algum tempo.

Z-Factor – Dance Party Album

Um disco pelo qual esperaste anos até que finalmente o encontraste.

Hoje em dia com o Discogs é mais uma questão de encontrar o disco que tu queres a bom preço, pois consegues encontrar praticamente tudo. Comprei recentemente o “Eisbaer” 12 polegadas de Grauzone no Porto mas ando à procura do álbum a bom preço e ainda não o encontrei.

Limite de preço para comprares um disco… Existe? E é quanto?

Por um álbum acho que 35€ é o meu limite mas já paguei 100€ por uma box set de vinil do Brian Eno.

Lojas de eleição em Portugal… 

Matéria Prima, Flur, Louie Louie, Porto Calling, Muzak, Tubitek, Peekaboo Records .

Em viagem lá fora também visitas lojas de discos? Quais recomendas?

Claro que sim! Faço questão de fazer uma tour de lojas de discos sempre que ando em viagem. Muitas delas infelizmente já fecharam…

Em Londres:  Rough trade, Honest John’s records, Music and video exchange, Reckless records, Sister ray e Phonica

Hong Kong: Vinyl hero e White noise records

Paris: Balades Sonores

Nova Iorque: Other music (RIP)

Texas: Waterloo Records

Compras discos online?

Sim, em lojas de discos nacionais e estrangeiras e no “Discogs”.

Que formatos tens representados na coleção? 

O que tenho mais são discos em vinil (álbuns e maxis), logo a seguir CDs e algumas cassetes originais (muito poucas).

Os artistas de quem mais discos tens?

O artista de quem tenho mais discos, é sem sombra de dúvidas, o David Bowie, a seguir  tenho muita coisa de Brian Eno, Roxy Music, Smiths, The Cure, Joy Division, Blur, The Clash, LCD Soundsystem, Glass Candy, Devendra Banhart e Grace Jones.

Há editoras das quais tenhas comprado discos mesmo sem conhecer os artistas?

Há editoras de que gosto mesmo muito, mas raramente gosto de tudo o que editam, por isso ouço sempre antes de comprar. As últimas editoras que sigo com mais atenção são a Music from Memory e a Efficient Space.

Uma capa preferida.

Que não esteja estampada numa T-shirt à venda na Zara ou H&M? É dificil…  São muitas mas adoro a capa do “Goo” dos Sonic Youth, também adoro a capa do Low do Bowie.

Um disco do qual normalmente ninguém gosta e tens como tesouro.

Huggy Bear – Taking the rough with the smooch

Como tens arrumados os discos?

De várias formas: Por formato (álbuns e 12 polegadas), por editoras, por géneros musicais e também por décadas (pois é mais fácil encontrar um disco)

Um artista que ainda tenhas por explorar…

Syd Barret

Um disco de que antes não gostasses e agora tens entre os preferidos.

Joy Division – Unknown Pleasures, a primeira vez que o ouvi pensava que estava na rotação errada, pois a voz era muito grave, ao passar para 45 rotações soava mais a Toy Dolls, que era uma banda que eu adorava na altura, fiquei na dúvida qual seria a rotação certa.

Dos teus discos quais são já procurados como peças de coleção?

Penso que o primeiro EP dos x-wife de 2003 é o mais difícil de arranjar pois esgotou e não houve segunda edição. De White Haus, acho que o primeiro álbum dificilmente se encontra em lojas. No meu bandcamp já não há, vendi todos…

Há discos que fixam histórias pessoais de quem os compra. Queres partilhar um desses discos e a respetiva história?

Lembro-me de comprar o primeiro single dos Strokes (vai fazer 20 anos este ano) da primeira vez que regressei a Londres (depois de ter vivido lá). Na altura vivia há 6 meses no Porto e tencionava regressar a Londres depois do verão, comprei o disco sem o ouvir e sem conhecer a banda, fi-lo porque uma amiga minha alemã (que estava a ficar no apartamento onde eu morava no norte de Londres) me disse que era a nova cena. Esse disco tornou-se um dos clássicos das noites club kitten no Triplex e eu acabei por ficar no Porto e não regressei mais. Dez anos depois, os X-wife partilhavam, na mesma noite, o palco principal do festival Super Bock Super Rock com os Strokes em Lisboa. Esse disco vai me lembrar sempre essa fase de transição, um caminho que escolhi e que acabou por correr bem.

Um disco menos conhecido que recomendes…

Idiot Glee – Life Without jazz

Um pensamento

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