Nem um disco de versões nem um álbum de inéditos, “Danse Macabre”, que chega a 27 de outubro, é sobretudo uma celebração do Halloween. O ponto de partida que gerou o novo álbum dos Duran Duran foi um concerto temático especial que a banda apresentou a 31 de outubro de 2022, por ocasião do Halloween, no Encore Theatre em Las Vegas, levando a palco um alinhamento de canções bem diferente do que costuma surgir na agenda habitual da Future Past Tour (que neste momento avança por estradas norte-americanas). Ali surgiam canções do repertório dos próprios Duran Duran que de certa forma se cruzavam com o tema (“Love Voodoo”, “Secret Oktober”, “Shadows On Your Side” ou “Nightboat”, cujo teledisco retratava uma narrativa com zombies) e que não eram presença assídua nos seus alinhamentos de palco, assim como versões de “Paint It Black” dos Rolling Stones, “Ghost Town” dos Specials, “Supernature” de Cerrone, “Spellbound” dos Siouxsie and The Banshees,  “Psycho Killer” dos Talking Heads e ainda um cruzamento de “Super Freak” de Rick James com “Lonely In Your Nightmare”, do clássico álbum “Rio”. Da noite em Las Vegas nasceram ideias que acabaram por se materializar num álbum de estúdio que agora entra em contagem decrescente e do qual acaba de surgir “Danse Macabre”, o respetivo single de avanço.

Canção que cruza as vozes contadas (de Le Bon e do coro) com sequências nas quais o vocalista assimila o rap (que de resto já abordara antes em versões de “White Lines” de Grand Master Melle & Mel ou “911 is a Joke” dos Public Enemy), com cenografia onde as electrónicas sugerem um ambiente assombrado, juntando-se depois a presença da guitarra ao músculo desenhado pela secção rítmica, acentuando-a, “Danse Macabre” é um dos três inéditos dos Duran Duran que surgirão entre as 13 faixas do álbum, juntando-se então a “Black Moonlight” e “Confession in the Afterlife”. Apesar do clima que uma noite das bruxas pode sugerir, a canção exibe uma clara alma pop e um refrão luminoso na melhor tradição da obra dos Duran Duran. Plasticamente o conjunto evoca os tempos do álbum “Medazzaland” (ou seja, revisita o som indie pop que os Duran Duran exploravam em finais dos anos 90).

O disco incluirá ainda novas abordagens a canções da própria banda, nomeadamente “Nightboat”, Love Voudou (nova grafia para o “Love Voodoo” do “”Wedding Album”) e “Secret Oktober 31st” (também um título diferente para o lado B de “Union of The Snake”), o novo “Super Lonely Freak” (resultado do cruzamento do clássico de Rick James com “Lonely In Your Nightmare”) e as demais versões de temas dos Rolling Stones, Specials, Cerrone, Siouxsie& The Banshees e Talking Heads que tinham apresentado no concerto de Halloween em Las Vegas. 

Sabe-se que o guitarrista Andy Taylor colaborou nas sessões de gravação, tal como aqui vamos reencontrar Warren Cuccurullo que, de resto, escutamos já em “Danse Macabre”. Entre os colaboradores neste disco surgirão Nile Rodgers, parceiro recorrente dos Duran Duran desde que em 1984 criou uma remistura para “The Reflex”, e Victoria de Angelis dos italianos Maneskin. A produção é assumida pelos próprios Duran Duran em trabalho partilhado com Josh Blair e Mr Hudson, este último com créditos também na co-autoria da canção que agora surge como aperitivo para o álbum. 

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Trending