Flur (Lisboa)

A Flur tem quase a idade do nosso século. Abriu a porta a 4 de dezembro de 2001 e, como explica José Moura, tem um nome que “surgiu da mera junção de letras, numa tentativa de chegar a uma fonética fácil, não exatamente a um significado”. Rapidamente notaram que Flur “é o apelido de Wolfgang Flur, um dos elementos da chamada formação clássica” dos Kraftwerk. Ou seja, “ficou perfeito”.

A Flur é “casa” de duas labels – a Holuzam (criada em 2018) e a Príncipe (que co-fundou em 2011) – e tem projeção internacional. Entre várias possíveis expressões deste reconhecimento além-fronteiras estará o facto de ser a única loja de discos portuguesa representada no livro “Around The World In 80 Record Stores”, de Marcus Barnes.

A loja apresenta “genericamente discos de música eletrónica nas suas mais variadas vertentes: (techno, house, ambiental, experimental, improvisada, industrial, batida, etc.)”. O cliente que ali aparece é “equilibrado entre DJs, turistas e melómanos regulares”, a eles juntando-se um “público ocasional que circula na zona, principalmente ao sábado”.

Os formatos representados são sobretudo o vinil, o CD e as cassetes, apresentando ainda uma oferta de livros que podemos encontrar perto da entrada. O formato atualmente mais procurado é o vinil. Há uma secção de vinil usado (que cobre vários géneros, incluindo uma seleção de LP de música clássica). Mas o vinil novo vende-se ali mais do que o usado. O CD mexe “sobretudo com clientes mais antigos”. Quanto às cassetes a Flur tem uma oferta interessante: “mexem sobretudo as nossas edições, por exemplo, ou de nomes consagrados no underground, como é o caso de James Ferraro. As restantes vendem ocasionalmente, apenas, mas é um formato que se tornou de novo mais corrente se incluir código para download”, explica José Moura.

Os discos estão arrumados por secções: “novidades de dança, electrónica e pop/rock, separadas entre si”. E depois géneros e categorias: “industrial, África, Brasil, new age, experimental portuguesa, dança/beats portugueses, etc”… Há ainda espaços individualizados para artistas e editoras “de maior relevo” para a loja. Nos discos usados, a organização é feita por “géneros”.

A banda sonora que nos acompanha na loja é sempre interessante. Mas como é escolhida? Em primeiro lugar o “pessoal de quem ali trabalha”. Atualmente são quatro pessoas “com muitas nuances de gosto” entre todas eles. Em segundo lugar, é tida em conta “a perceção do que são edições importantes no meio editorial / estético” que escolhem representar.

Apesar da equipa juntar quatro pessoas, quem por estes dias mais facilmente encontraremos atrás do balcão é o Tomás, que tem 25 anos. Se ele tivesse de escolher três discos que lhe possam definir o seu gosto ou a curiosidade neste momento diria, logo à partida, “Chaos is Me” dos Orchid. É o que tem ouvido ultimamente: “punk hardcore de 1999”. Depois um disco deste ano: “Tahtib”, da dupla Sea Urchin, que ele mesmo descreve como “dub experimental ambiental-weird de um casal egípcio-italiano, lançado na excelente Bokeh Versions”. Mais um disco? “Meridian Response” de Phineus II (2019): “jungle / drum’n’bass que não soa preso aos anos 90”.

Quando peço a José Moura que partilhe o pedido mais bizarro feito até hoje por um cliente a resposta é hilariante: “Não bem um cliente, mas pela proximidade com vários restaurantes, já pediram ao balcão uma mesa para duas pessoas”. Uma coisa é certa, serão servidos com bons discos!

Morada:

Avenida Infante D. Henrique, Armazém B4 – Cais da Pedra, Santa Apolónia, Lisboa

Horário:

De segunda a sábado das 13.00 às 20.00
Aos feriados abre das 15.00 às 20.00.
Encerra aos domingos

O site permite fazer compras online.

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