João Carlos Callixto

É investigador musical e autor dos programas “Gramofone” (RTP Memória e RDP Internacional), “Passado ao Presente” (RDP Internacional) e de “A Vida Num Só Disco” (Antena 3), este último em parceria com Henrique Amaro. É colecionador de discos, claro… E aqui fala da sua coleção.

Qual foi o primeiro disco que compraste?

Paul McCartney, “Tripping the Live Fantastic” foi o primeiro disco que tive naquilo a que posso chamar “a minha colecção”. Estávamos no Natal de 1990 e foi uma oferta dos meus pais, mas “indicada” por mim. O primeiro que comprei foi uns meses depois e foi a banda sonora do filme sobre os Doors, do Oliver Stone.


E o mais recente…

“Une Petite Croix”, um EP de uma cantora francesa dos anos 60, Annie Philippe!


O que procuras juntar mais na tua coleção?

Essencialmente, conhecer cada vez melhor a história da música portuguesa, principalmente entre os anos 50 e o presente.

Um disco pelo qual estejas à procura há já algum tempo.

Digo três que aparentemente ninguém tem, o que me deixa bem intrigado: o single “Escrevo às Cidades”, canção com que Fernando Tordo 
concorreu ao Festival da Canção de 1970; o single “Canção de Todos Nós / Hino à Mulher”, de Duarte Mendes, em 1974; e um LP de 10″ no selo Orfeu com a escritora Agustina Bessa-Luís a dizer o seu conto “O Baile dos Archotes”. Dão-se alvíssaras…

Um disco pelo qual esperaste anos até que finalmente o encontraste.

O primeiro LP do Fausto, que é uma pequena jóia do pop rock português e tão mal-amado pelo próprio músico…


Limite de preço para comprares um disco… Existe? E é quanto?

Creio que na vida não faz sentido pôr limites… Deixemos que a vida nos surpreenda! E os discos também!

Lojas de eleição em Portugal.

Tantas… e até todas as feiras que se realizam por esse país fora… Mas vou escolher uma onde ainda não fui: a Groovie Records, em Lisboa, nas suas novas instalações.

Feiras de discos. Frequentas?

Sem dúvida!

Fazes compras ‘online’?

Claro!

Que formatos tens representados na coleção? 

Todos os possíveis, embora não seja um critério de selecção para mim. Interessa-me acima de tudo a música, pelo que o formato de edição da mesma acaba por ser secundário.

Os artistas de quem mais discos tens?

Creio que sem qualquer dúvida será do José Cid!

Editoras cujos discos tenhas comprado mesmo sem conhecer os artistas.

O caso paradigmático em que isso aconteceu foi com a editora Riso & Ritmo, quando decidi coleccionar toda a série de singles e EPs. Como muitos dos nomes que lá editaram passaram pelo programa homónimo, a história foi-se construindo destes laços…

Uma capa preferida.

Quatro: a do álbum “Epopeia”, da Filarmónica Fraude, em 1969, que é também o primeiro álbum de originais do pop rock nacional; a do LP de estreia do Quarteto 1111, em 1970, com o seu famoso “borrão” psicadélico; a do “Mestre”, de 1973, dos Petrus Castrus, também pelo que representou toda aquela coragem de desafiar os “adamastores”; e a da estreia da Banda do Casaco, em 1975, com “Dos Benefícios dum Vendido no Reino dos Bonifácios”, da autoria do violinista do grupo Carlos Zíngaro.

Um disco do qual normalmente ninguém gosta e tens como tesouro.

Sinceramente, não estou mesmo a ver…

Como tens arrumados os discos?

Por países e por ordem alfabética dos seus titulares.

Um artista que ainda tenhas por explorar.

Tantos… Por exemplo, o Todd Rundgren, de quem gosto bastante e de quem há tempos comprei a caixa com os discos da Bearsville… mas ainda não consegui ouvir todos!

Um disco de que antes não gostasses e agora tens entre os preferidos.

Creio que nunca me aconteceu!

Já compraste discos que, afinal, já tinhas?

Vários, sempre de artistas portugueses e quase sempre singles ou EPs de 60s e 70s! Para evitar isso, passei a ter comigo a lista de discos!

O que fazes com os discos repetidos?

Troco, vendo, dou… ou servem para decoração…

Um disco menos conhecido que recomendes…

O álbum preto do cantor João Maria Tudella, “Tudella Canta Música de Pedro Jordão”, de 1969, onde está a lindíssima canção “Liberdade”, com poema de Manuel Alegre

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