João Carlos Callixto (remix de Natal)

Em semana de Natal o GIRA-DISCOS espreita as coleções de discos de Natal de alguns colecionadores… E hoje quem vai contar as histórias dos seus discos da quadra é o João Carlos Callixto.

Porque colecionas discos de Natal?

Na realidade, aquilo a que posso chamar “colecção de discos de Natal” decorre da paixão gigantesca pela Música Portuguesa. Ou seja, será uma “sub-colecção”!

Qual foi o primeiro disco de Natal que compraste?

Creio que o EP “História Verdadeira de Natal”, de José Cid, há quase 20 anos. O poema – e a voz! – de Natália Correia transformam a canção em algo que deve mesmo ser ouvido sempre que um homem quiser.

Tens algum disco de Natal raro?

Entre outros, os dois LPs de 10 polegadas dos anos 50 do Coro de Câmara da Academia de Amadores de Música, com direcção de Fernando Lopes-Graça, e com os seus “Cantos Tradicionais Portugueses da Natividade”.

Há algum que estejas à procura e ainda não tenhas encontrado?

Curiosamente, não um português mas um galego, da cantora Jacinta: o EP “Canciós de Nadal”, editado em 1967.

A tua capa preferida de um disco de Natal é…

Uma das capas que mais gosto é a de um EP do actor Morais e Castro com poemas de Natal, publicado pela Philips no Natal de 1968.

E qual é o teu disco de Natal preferido?

Talvez o disco dos “Operários do Natal”, um LP publicado no Natal de 1976 com as vozes e as músicas de Carlos Mendes, Fernando Tordo e Paulo de Carvalho e com textos de José Carlos Ary dos Santos e Joaquim Pessoa. “Quem faz o Natal para todos nós? / São os amigos!”…

O disco de Natal mais invulgar que já ouviste é…

Acho muito piada a um postal com espiras relativo ao Natal de 1958, publicado pela editora discográfica Rádio Triunfo, e em que um Coro Feminino e Conjunto com direcção do maestro Shegundo Galarza interpretam o “Jingle Bells”. Já em 1972, também acho particularmente curioso um single promocional assinado “Paulo, Rui e Thilo” (que são Paulo de Carvalho, Rui Ressurreição e Thilo Krasmann) em que é cantado o “White Christmas” em português. Do outro lado, em vez de música, está a frase “Bom Natal – Feliz 1973”!

Há discos de Natal com standards e outros com originais. Quais preferes?

Gosto de ambos, especialmente quando os standards são recriados de forma menos óbvia ou por alguém inesperado e/ou quando os originais tendem a tornar-se novos standards. Um exemplo será o EP de 1995 da americana Kristin Hersh, “The Holy Single”, que traz a sua leitura de “Jesus Christ”, dos Big Star (que já pus um grupo de crianças a cantar!), o original “Sinkhole” e duas versões muito próprias dos standards “Amazing Grace” e “Will the Circle Be Unbroken”.

Quem gostarias de ver a criar um disco de Natal?

Talvez os Mão Morta!

Escolhe um disco de Natal menos conhecido… Queres apresentá-lo?

O verdadeiro primeiro disco de Amélia Muge, gravado ainda em Moçambique em 1972, logo depois do único trabalho das Irmãs Muge (ela e a sua irmã Teresa). Trata-se de um single chamado “Natal”, em que ambas as canções têm esse título, sendo a primeira uma música de Teresa Muge sob poema do então já falecido Reinaldo Ferreira (filho do Repórter X) e a segunda um original do moçambicano Raul Baza (que publicou alguns discos a solo bem curiosos). A dupla folk Marona e Sucena Palma, autores de um EP émulo da estética de Simon & Garfunkel, acompanha Amélia Muge nesta primeira e desconhecidíssima gravação que antecede em quase 20 anos o seu primeiro álbum, “Múgica”.

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