Cada disco pode contar várias histórias. E quem quiser mais do que ficar olhar para as capas pode agora ler aqui… Dez discos… e as respetivas histórias. E assim nasce o gosto de cada um. E hoje quem partilha aqui os seus dez discos e as respetivas memórias é o Armando Teixeira.

Não é fácil escolher os dez discos que marcaram o meu gosto. Ele evoluiu e evolui com a música que ouvia e ouço. No entanto encontro alguns que me marcaram de uma forma mais profunda. Alguns deles já inclui em listas dos meus preferidos outros são estreantes absolutos. Sei bem que esta lista estará sempre a mudar e ainda bem.
Aqui estão alguns dos discos que definiram o meu gosto e mais influenciaram a música que faço…
Duran Duran “Duran Duran”
(1981)
Tenho a sorte de ter uma irmã mais velha. Lá por casa ouviam-se discos da recente new wave, punk, rock e rock sinfónico. Muitas destas bandas marcaram-me. Outras, talvez pela insistência com que a minha irmã as ouvia, ainda não consigo gostar. Mas o primeiro disco que comprei, que escolhi e ouvi até à exaustão foi o primeiro álbum dos Duran Duran.

Heróis Do Mar “Heróis do Mar”
(1981)
Vocês não imaginam o impacto que este disco teve num miúdo de 13 anos. Eles tinham tudo, a música, a imagem, a atitude. Tudo! E ainda por cima eram portugueses. Ainda me lembro de num carnaval ir para a escola vestido como eles.

Ultravox “Rage In Eden”
(1981)
Ouvi muito este disco, nunca pensei que se tornasse um disco tão importante para mim. Foi o meu primeiro contacto com o grande produtor do krautrock, Conny Plank. Percebia que o som era diferente mas só mais tarde entendi. O trabalho do produtor Conny Plank definiu o som de bandas como os Cluster, Kraftwerk ou Harmonia que me marcaram tanto. Além disto tudo a capa é de Peter Saville.

David Bowie “Low”
(1977)
A fase do Bowie que mais me agrada é a chamada fase de Berlin. Qualquer um dos discos desta fase (“Low”, “Heroes”, “Lodger” ou “Idiot” do Iggy Pop, que foi produzido e composto em parceria com o David Bowie) poderia estar nesta minha lista. Ainda hoje o som destes discos me influencia. A conjugação dos sintetizadores com as guitarras eléctricas, os pianos e a bateria é perfeita.
Joy Division “Closer”
(1980)
Os Joy Division marcaram-me de forma indelével. Tudo mudou para mim quando ouvi este disco. Na altura senti que estava à espera de uma música assim. Troquei este disco e o máxi do “Atmosphere” por uns ténis Tiger com o namorado da minha irmã na altura. Nunca fiz tão bom negócio. Ainda por cima não gostava nada dos ténis.
Kraftwerk “Electric Café”
(1986)
O primeiro disco que ouvi dos Kraftwerk foi o “Radio-Activity”. Depois o “Trans-Europa Express” e o mais pop “The Man Machine”. Lembro-me bem do impacto que esta nova sonoridade teve em mim. Poderia escolher qualquer um deles para esta lista. No entanto, ouvi-os muito novo e não compreendi bem o que eles representavam. Foi em 1986, quando tinha 18 anos, começado os Ik Mux e estava completamente obcecado com música electrónica e o EBM que compreendi a importância dos Kraftwerk. Este “Electric Café” mostrou-me a mestria com que os Kraftwerk usaram a tecnologia. Tudo o que existia na altura eles elevaram a um nível até aí desconhecido.
Talk Talk “Spirit of Eden”
(1988)
Para mim os Talk Talk serão sempre a banda que começou na EMI e acabou na Verve. Começaram com dois excelentes discos pop e deram a volta para algo surpreendente. O “Spirit of Eden” é para mim o seu ponto mais alto. Uma banda que evolui assim é inspirador.
Nick Cave and the Bad Seeds “Let Love In”
(1994)
A tournée do “Let Love In” passou por Lisboa em 1994. Foi, talvez, o melhor concerto a que assisti. Isto associado às incríveis canções fizeram com que ouvisse este álbum muito mais do que qualquer outro do Nick Cave. Marcou-me, como já me tinha marcado o “Tender Prey” ou o “From Her to Eternity” mas ficou muito mais tempo.
Tom Waits “Rain Dogs”
(1985)
Este disco é especial. Vale tudo! Foi o que percebi quando o ouvi. Para mim funcionou como um catalisador. Foi este “Rain Dogs” e o “Swordfishtrombones” que juntamente com Kurt Weill, e alguns Franceses me influenciaram tanto para fazer outras músicas.

Leonard Cohen “I’m your Man”
(1988)
Este disco do Leonard Cohen apareceu neste momento de transição. Aqui o que mais me marcou foi o som dos teclados baratos misturado com a poesia. A maneira como o Cohen fala das mulheres, as canções, a voz… reparei agora que o Leonard Cohen tinha 54 anos quando lançou este disco. Isto também é inspirador.