Nascida em Jamestown, no Dakota do Norte (EUA) a 26 de maio de 1920, Peggy Lee ganhou um lugar na história da música como cantora de jazz mas também como voz de canções populares. Pouco depois de “Fever”, que representou um dos seus maiores êxitos, editou este álbum.

Tinham já passado 16 anos sobre o primeiro grande sucesso de Peggy Lee quando, em 1958, uma série de sessões em estúdio, na companhia de uma pequena orquestra de dez elementos (na qual figuravam nomes como os de Don Fagerquist, Barney Kessel, Bob Enevoldsen, Howard Roberts, Pete Candoli e Shelly Manne), assistiu ao nascimento de um momento maior na história da música. Composta por Eddie Cooley e Otis Blackwell, e levada a disco pela primeira vez em 1956 por Little Willie John, Fever ganhava na voz de Peggy Lee uma versão que se transformaria num fenómeno de dimensão global, transformando-se na “assinatura” da cantora que nascera em 1920 no Dakota do Norte com o nome Norma Deloris Egstrom e que, depois de iniciar uma carreira profissional, se passara a apresentar artisticamente como Peggy Lee.
A versão de Fever, editada em single em 1958, acabou curiosamente fora do alinhamento do álbum que nasceu nessas mesmas sessões de gravação. Juntando uma série de composições de autores como Cole Porter, Benny Goodman ou Duke Ellington e até mesmo da própria Peggy Lee (que assina o tema-título e It’s a Good, Good Night), o álbum Things Are Swingin’ (editado pela Capitol) pode não ter representado nem o maior sucesso comercial da sua carreira nem traduzir aqueles que são mais vezes apontados como os seus momentos de referência maior no formato de álbum. Mas este não deixa de ser o disco que, pela forma como nasceu, mais de perto traduz os ambientes e o tempo (na carreira da cantora) em que o seu clássico Fever ganhou forma. O álbum, que ocasionalmente (como sucede em Alright Okay, You Win), expressa as afinidades entre linguagens do jazz e os afluentes que, por via do rhythmm and blues, chegaram a outros domínios da canção popular, traduz representa ainda um dos primeiros momentos do reatar de relacionamento da cantora com a Capitol Records, editora para a qual havia já gravado antes de 1952.
Excluída do alinhamento do álbum, a versão que Peggy Lee gravou de Fever nestas sessões de 1958 acabou por ser reunida às demais faixas então registas em estúdio numa reedição que o álbum conheceu em 2004. Apesar de creditado ao maestro Jack Marshall, o arranjo desta versão de Fever pode na verdade ser da autoria da própria Peggy Lee que, além de cantar, juntou algumas palavras de sua lavra à letra original e foi também que fez os célebres estalidos de dedos que escutamos nesta gravação.