DJ, MC e produtor, Rocky Marsiano é um nome que atravessa já várias etapas marcantes da história da cultura hip hop em Portugal. Tem obra registada através de vários projetos, assinando também como D-Mars, tendo também criado momentos de colaboração como, por exemplo, o álbum que em 2006 apresentou através da dupla Double D Force, editado pela Loop Recordings. Hoje fala-nos sobre a sua coleção de discos.

Qual foi o primeiro disco que compraste?
Mantronix – “This Should Move Ya” (edição Jugoton)
E o mais recente…
Conjunto Papa Upa – “Libre Para Amar”.
O que procuras juntar mais na tua coleção?
Rock psicadélico, funk e soul brasileiro, jazz polaco, library music.
Um disco pelo qual estejas à procura há já algum tempo.
Qualquer disco em vinil da banda bósnia Indexi.
Um disco pelo qual esperaste anos até que finalmente o encontraste.
V.A. – “Message From The Islands” (Black Pearl Records)
Limite de preço para comprares um disco… Existe? E é quanto?
45 euros.
Lojas de eleição em Portugal… E lá fora?
PT: Flur, Peekaboo, Matéria Prima, Circus Nerwork. Fora: Wax Well Records, Rush Hour, Concerto (Amesterdão), Early Bird (Colónia)
Como músico a tua coleção de discos é uma ferramenta de trabalho?
Completamente.
Como te manténs informado sobre discos que te possam interessar como colecionador?
Bandcamp, alguns blogs.
Que formatos tens representados na coleção?
7″, 10″, 12″ – singles, EPs – um pouco de tudo.
Os artistas de quem mais discos tens?
Milton Nascimento, Gang Starr, Rocky Marsiano (hehe)
Editoras cujos discos tenhas comprado mesmo sem conhecer os artistas…
Rawkus, Analog Africa
Uma capa preferida.
Gang Starr – “Daily Operation”
Um disco do qual normalmente ninguém gosta e tens como tesouro.
Ariel Ramirez – “Misa Criolla”
Como tens arrumados os discos?
Por estilo musical. Os de hip-hop, os álbuns separados dos singles e depois também por zona geográfica.
Um artista que ainda tenhas por explorar…
Keith Jarrett
Um disco de que antes não gostasses e agora tens entre os preferidos.
Quincy Jones – “The Italian Job – O.S.T”
Porque reeditaste agora o Meu Kamba? Estava já a tornar-se raridade? E como trataste da reedição?
Sim, a edição original tinha esgotado ainda em 2014 e havia cópias no Discogs por mais de 100 euros. Foi isso e a vontade de também editar os temas que não couberam na primeira edição a fazer com que a reedição fosse em formato 2LP.
Há discos que fixam histórias pessoais de quem os compra. Queres partilhar um desses discos e a respetiva história?
Paris – “The Devil Made Me Do It” (edição Italiana). Quando tinha 15 anos vivia em Roma e quase todas as semanas ia até á loja de discos e equipamento Goody Music (que ainda existe). Normalmente ia com amigos meus da escola internacional que frequentava na altura e que também gostava, de hip-hop. A loja era incrível: tinha todas as novidades dos EUA e tudo em vinil. Numa tarde estava a picar vários discos com um amigo meu Japonês. Tínhamos combinado escutar 5 discos cada e depois dar feedback um ao outro. A questão é que eu naquele momento não tinha comigo dinheiro suficiente. Ouvi um disco que continua a ser dos meus preferidos de hip-hop, o “The Devil Made Me Do It” do Paris. Quando o meu amigo perguntou se o disco era bom… eu menti-lhe e disse que não e coloquei o disco numa secção de outro género musical. No dia seguinte voltei sozinho à loja e comprei o disco.
Um disco menos conhecido que recomendes…
DjeuhDjoah & Lieutenant Nicholson – “Aimez ces airs”