Em finais de 1982 os Bauhaus não eram mais um nome estranho, apenas familiar aos clientes do underground britânico. Tinham nascido em clima pós-punk, enfrentando os modelos vigentes através de uma lógica minimalista, herdando ainda um apelo melodista e uma certa teatralidade do velho glam rock e um sentido sombrio na sua música e alma que deles fez os pais do rock gótico.
Depois de somados alguns primeiros êxitos e depois de dada uma contribuição (bem positiva) para a sequência de abertura do filme The Hunger, de Tony Scott, o aproximar de 1983 fazia prever mais e melhores acontecimentos. Todavia acumulava-se uma tensão entre Peter Murphy e os restantes elementos da banda. A cedência da sua imagem para uma campanha das cassetes Maxwell, que podia ter sido usada em favor da popularidade do grupo, abrira mais ainda o fosso. Uma pneumonia afectou-o entretanto, levando Daniel Ash e David J a comandar os destinos da etapa de arranque da escrita e gravação de um novo álbum.
Além dos temas novos, foram ressuscitar canções da sua primeira etapa, uma das quais She’s In Parties, na qual se usavam o mundo do cinema como metáfora para explicar cenas da vida real e das relações entre pessoas. Dotada de uma estrutura dub quase subliminar, sob uma barragem eléctrica possante e uma melodia irresistível, e com a arrebatadora voz finalmente registada por Murphy depois de fisicamente recuperado, acabou escolhida como single. Foi um sucesso, mas o teledisco mostrava os Bauhaus como uma vulgar banda pop que não eram. Mais uma digressão, e quatro meses depois, o fim foi inevitável. O primeiro fim, entenda-se. mas na altura ninguém imaginava o que viria a acontecer em 1998 (e depois)…