João Cabrita tem já um longo percurso na música, passando pelos Sitiados, Cacique 97 ou Cais do Sodré Funk Connection, tocando com o Legendary Tiger Man tendo, este ano, lançado finalmente um disco a solo. Mas hoje fala-nos da sua coleção.

Qual foi o primeiro disco que compraste?
“Woodpeckers from space” dos Video Kids.
E o mais recente?
“Rise”, dos Sault.
O que procuras juntar mais na tua coleção?
Música me acompanhe por anos e à qual possa voltar de tempos a tempos.
Um disco pelo qual estejas à procura há já algum tempo.
Desde que há ficheiros e lojas na net tornou-se uma questão de me lembrar, porque encontrar encontras sempre.
Um disco pelo qual esperaste anos até que finalmente o encontraste.
“Laughing Stock” dos Talk Talk.
Limite de preço para comprares um disco… Existe? E é quanto?
Sim. Creio que 50€ será o limite. A partir daí abdico do objecto e acedo à música em digital
Lojas de eleição em Portugal…
Durante muitos anos foi a Contraverso no Bairro Alto, e a Bimotor. E a Sinfonia na Avenida de Roma.
Em viagem lá fora também visitas lojas de discos? Quais recomendas?
Infelizmente é muito raro. Estou com o mindset de tour e praticamente não ouço nem penso em discos. Só livros, filmes e séries.
Compras discos online?
Sim, maioritariamente nos sites das bandas.
Que formatos tens representados na coleção?
LP, cassete, CD e MP3.
Os artistas de quem mais discos tens?
O universo dos Japan, o David Sylvian, o Mick Karn, o Steve Jansen e o Richard Barbieri.
Editoras cujos discos tenhas comprado mesmo sem conhecer os artistas…
Talvez a 4AD e a Mute a certa altura. Agora talvez a Daptone.
Uma capa preferida
O “Tutu” do Miles Davis.

Um disco do qual normalmente ninguém gosta e tens como tesouro.
Na altura o “Remote” dos Hue & Cry. Agora já não tanto.
Como tens arrumados os discos?
Por ordem alfabética.
Um artista que ainda tenhas por explorar…
Zappa
Um disco de que antes não gostasses e agora tens entre os preferidos.
Simian “We Are Your Friends”
Há discos teus que se tenham transformado em raridades?
Só se fôr a 1ª edição do “in Vivo” dos GNR
Há discos que fixam histórias pessoais de quem os compra. Queres partilhar um desses discos e a respectiva história?
Em 1983 Estava numa loja discos/livraria no meu bairro com a minha mãe. Estávamos na cave, na secção de discos e de repente faltou a luz. Prontamente eu, ávido leitor das aventuras dos cinco saquei da minha lanterna de bolso e lá ajudei o homem da loja a ir ligar o quadro. Este ficou tão agradecido que resolveu oferecer-me um LP à escolha. Enquanto tentava decidir a minha mãe passou à frente e pediu o “Por Este Rio Acima” do Fausto. Lá o levei contrariado para casa, e só uns dez ou mais anos depois é que comecei a apreciá-lo devidamente.
Um disco menos conhecido que recomendes…
“Analogue” dos A-ha, de 2005, para desenganar todos aqueles que acham que o “Take on Me” é a única canção de jeito desta banda.