Carlos Parada

Com uma vida sempre ligada à música desde jovem  (com uma banda de garagem), passou por várias etapas e funções. Desde a antiga Discoteca Palladium, em Lisboa, passando por editoras e distribuidoras, foi promotor, agente, label manager e atualmente é produtor de espetáculos, tendo aceite recentemente o desafio de abrir a Tubitek em Lisboa. Hoje fala-nos da sua coleção de discos.

Qual foi o primeiro disco que compraste? 

Foi o “Hard Days Night”  dos Beatles. Comprado na feira com os meus 8 anos.

E o mais recente? 

Neste caso, comprei dois álbuns, o “Mordechai” dos Khruangbin e o “L.I.T.A.N.I.E.S.” do Nicholas Lens/Nick Cave.

O que procuras juntar mais na tua coleção? 

Sem ter uma definição, procuro os discos que gosto, que passam por a world music, pós punk, rock, trip-hop ou mais recentemente o neoclássico.

Um disco pelo qual estejas à procura há já algum tempo. 

Basicamente, quase todos os trabalhos editados pela Ama Romanta, em especial o “Querelle” dos Pop Dell’Arte, (perdi na loucura dos 80).

Um disco pelo qual esperaste anos até que finalmente o encontraste. 

“Rain Tree Crow” (David Sylvian / Steve Jansen / Richard Barbieri / Mick Karn)

Limite de preço para comprares um disco… Existe? E é quanto? 

Não existe tal coisa… o limite é a capacidade financeira na ocasião.

Lojas de eleição em Portugal… 

As lojas de eleição são sem duvida as Tubitek’s , Louie Louie, Drogaria Central e Carbono

Em viagem lá fora também visitas lojas de discos? Quais recomendas? 

Existem lojas geniais por todo o mundo, recomendo estas, por serem onde me sinto mais “em casa”, Rough Trade East , Phonica (Londres), Discos Paradiso, Wah Wah Records (Barcelona).

Compras discos online? 

Nunca importei um disco para mim… Mas acabo por importar para a loja discos do meu gosto pessoal, (é indissociável uma coisa da outra).

Que formatos tens representados na coleção? 

Grande parte da coleção são CDs, tenho alguns vinis, (uns que sobraram da coleção que tinha em jovem, outros recentes com a reedição que os vinis têm vindo a ter).

Os artistas de quem mais discos tens? 

David Bowie, U2, The Cure, Bauhaus, Cocteau Twins, Dead Can Dance.

Editoras cujos discos tenhas comprado mesmo sem conhecer os artistas… 

Beggars Banquet, 4AD, Alternative Tentacles e mais recentemente a Gondwana Records.

Uma capa preferida. 

Bauhaus – “Mask”, (foi o disco e a capa que me acompanhou na pior fase da minha vida, só por isso)

Um disco do qual normalmente ninguém gosta e tens como tesouro. 

Mike Oldfield, o “Ommadawn” e “Hergest Ridge”.

Como tens arrumados os discos?

Eeeish… confesso que é mais “desarrumação”. Tenho os discos arrumados por ordem alfabética, tenho uma parte na arrecadação, uma outra em dois roupeiros, (a fazer lembrar o universo de Nárnia), e uma ultima parte em casa, os discos que vou tendo em escuta.  

Um artista que ainda tenhas por explorar… 

Tantos, mas o que me desperta mais interesse será o Herbie Hancock talvez… 

Um disco de que antes não gostasses e agora tens entre os preferidos. 

Tenho ouvido os primeiros álbuns do Mike Oldfield, que agora me soam de uma forma totalmente diferente, principalmente o “Hergest Ridge”.

Como interfere o gosto pelos discos com alguém que trabalha numa loja de discos? 

É intrínseco, por muito que tentemos, não refletir o nosso gosto na seleção que fazemos numa loja de discos. Claro que há uma vertente comercial e uma linha definida para cada loja, mas no final tem de ter um cunho pessoal, caso contrário não será uma “Loja de discos”.

Há discos que fixam histórias pessoais de quem os compra. Queres partilhar um desses discos e a respectiva história? 

Há umas quantas histórias interessantes. Uma delas foi como cheguei ao primeiro disco dos US3, “Hand on the Torch”.  Estávamos em 1995, na altura, funcionário no Euroclube, (armazém de distribuição de música), e é editada a banda sonora “Get Shorty”. Encomendei algumas unidades, abri um CD para pôr em escuta e dou de caras com a bolacha do disco “Hand on the Torch”…. Escusado será dizer que foi das bandas sonoras mais vendidas na altura. Vendia o disco ás lojas por o seu conteúdo. A banda sonora era vendida por ter o disco dos US3 acabando por encomendar o disco dos US3, aquando da sua edição, meses mais tarde. O CD da banda sonora, acabou por sair com o devido disco e com muito menos vendas, claro! 

Um disco menos conhecido que recomendes…

Nunca consigo indicar só um disco, (deve ser doença profissional!). Mammal Hands “Captured Spirits” e  Matthew Halsall “Salute To The Sun”

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