
Simone de Oliveira tinha dado os primeiros passos na música ao frequentar o Centro de Preparação de Artistas da Emissora Nacional em finais dos anos 50. Começou, assim, na rádio. Os discos começaram a surgir em 1958. Recentemente criada entre nós, a televisão também descobriu cedo a voz de Simone de Oliveira. E a popularidade que conquistou entre finais dos anos 50 e o início da década de 60 foi tal que, em 1964, quando foi criado o Grande Prémio TV da Canção (como então era designado o Festival da Canção), Simone foi uma das vozes a desfilar pelo estúdio da RTP que acolheu a primeira edição do concurso, interpretando ali duas canções: Olhos nos Olhos e Amar é Ressurgir.
No ano seguinte voltaria a concorrer, desta vez com Silhuetas ao Luar e Sol de Inverno. E esta última canção, assinada por Nóbrega e Sousa (música) e Jerónimo Bragança (letra) terminaria a noite como vencedora, conquistando assim o direito a assegurar a segunda presença portuguesa no Festival da Eurovisão, que esse ano teve lugar em Nápoles. Dali regressaria com o primeiro ponto eurovisivo para Portugal, atribuído pelo Mónaco. Esta seria a sua primeira presença na Eurovisão, cabendo a segunda, em 1969, à mítica Desfolhada.
As duas canções que Simone de Oliveira levou ao Grande Prémio TV da Canção em 1965 surgiram num EP que a esses dois temas juntou ainda A Rua Do Desencontro e De Degrau Em Degrau, ambas assinadas pela mesma dupla de Sol de Inverno. No caso de A Rua do Desencontro o acompanhamento instrumental foi feito pelo Thilo’s Combo.