Há histórias de passagens pelo Festival da Canção que mudaram vidas da noite para o dia. E uma delas teve lugar em 1986. Nesse ano o festival teve outro nome: “Uma Canção Para a Noruega”. E cada um dos quatro centros de produção da RTP, ou seja, Lisboa, Porto, Madeira e Açores, escolheu três canções que então gravou em estúdio… Entre as canções que se apresentaram pelo centro de produção de Lisboa estava “Não Sejas Mau P’ra Mim”, um te,a pop festivo e dançável que era composto por nomes já com créditos firmados: José da Ponte, Guilherme Inês e Luís Oliveira. E para cantar escolheram uma voz que quase ninguém então conhecia: a de Dora.
A canção chamou atenções logo no primeiro contacto foi uma das três eleitas pelo júri composto por 43 elementos da RTP para alcançar a fase “super-final” do programa… E terminou a noite como a grande vencedora, tornando-se assim a representante de Portugal na edição desse ano Festival da Eurovisão, que teve lugar em Bergen (Noruega). Na Eurovisão o look juntou depois uma ainda maior carga icónica a uma canção que hoje é evocada como uma das mais marcantes participações portuguesas no concurso.
A canção teve impacte internacional e chegou a ser editada em língua inglesa – com o título “You’re Hurting Me” – em mercados como os da Suécia, Reino Unido ou a Holanda. A versão em inglês surgiu igualmente no lado B do single lançado em Portugal.
Mas esta não seria a única presença de Dora no festival da Eurovisão. Depois de Simone de Oliveira, Carlos Mendes, Fernando Tordo e Paulo de Carvalho, Dora foi a quinta voz a juntar-se ao grupo restrito dos que representaram Portugal por duas vezes. E a segunda vez chegou logo dois anos depois. Em 1988, com “Voltarei”.
Gira-Discos 
Já agora: «um te,a pop festivo e dançável» Poderá ser interessante acrescentar que: 1-O tema era da autoria de José da Ponte, Guilherme Inês e Luís Oliveira mas a cantora tinha sido descoberta pelos autores aquando da selecção da Cinderela Portuguesa do programa “Clube Amigos Disney” que teve Dina Isabel como vencedora. 2-O single foi editado pela editora Dacapo que não tinha grande impacto no mercado.3-Esqueceu-se de falar das botas! 4-Nas edições internacionais aparece uma versão de “This Will Be The Last Time” dos Zoom, grupo que juntava Formiga à dupla Pontes/Inês. 5- Será uma das mais marcantes participações portuguesas mas apenas dos anos 80 porque houve vários tiros ao lado e há temas muito mais marcantes noutras décadas.
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Tudo ok. Mas botas estão lá. Na vida não é preciso detalhar tudo: “Na Eurovisão o look juntou depois uma ainda maior carga icónica a uma canção que hoje é evocada como uma das mais marcantes participações portuguesas no concurso”. Este texto não é uma entrada de enciclopédia. Isto é um blogue pessoal com textos sobre discos e memórias. Não é, sublinho, um texto de um “site profisisonal” (esse, o trabalho, faço-o noutros lugares). Este é um lugar para partilhar sobre aquilo que gosto. E isso é fixe. Mas obrigado pelos dados. É para isto que servem as caixas de comentários. Thanks!
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Obrigado pela troca de palavras que dão uma utilização interessante da caixa de comentários. Deixo agora uma pequena curiosidade já de 2014. A Pais Real é uma editora/agência com muita influência na música mais popular. Não sei como mas no último ano até colocou online ou fez reedições de discos de editoras como a Transmédia [https://www.youtube.com/watch?v=Nx-ac71rWWg&t=294s] ou a Sassetti/Diapasão. Num breve período, em 2014, a cantora Dora teve uma colaboração com essa agência o que a levou a alguns programas de domingo (Somos Portugal/TVI) onde apresentou uma versão mais ritmada de “Não Sejas Mau Pra Mim” e outras como “Vitamina do Amor”. Felizmente durou pouco. Na altura apenas ouvi a versão do clássico que nos trouxe aqui. Encontrei agora uma notícia mais completa no site da ESC Portugal (2014/05).
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A Dora também já merecia que a sua música estivesse em CD e até nos formatos digitais.
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