Raquel Ralha

Passou já por bandas como os Wraygunn, Belle Chase Hotel, Azembla’s Quartet ou The Twist Connection e atualmente integra os Mancines. Mas hoje a Raquel Ralha fala-nos dos discos qye tem em casa.

Qual foi o primeiro disco que compraste?

Os meus pais e as minhas irmãs sempre ouviram muita música. Francesa, clássica, big bands, tango, Janis Joplin, Led Zeppelin, ouvia-se de tudo um pouco… Os primeiro discos que me ofereceram, se não estou em erro: um da Brigada Victor Jara e uma compilação dos Beatles. Depois, descobri um single da Hazel O’Connor nos discos das minhas irmãs e cantava para elas os lados A e B em playback. Ouvi vezes sem conta a Ópera do Malandro, do Chico Buarque, Rolling Stones, Classix Nouveaux, Little Richard… Cantava tudo por cima, percebendo as letras ou não. E depois conheci os Duran Duran, cujo álbum Rio foi, efectivamente, o primeiro disco que pedi aos meus pais para me comprarem. O primeiro disco que comprei com o meu dinheiro, anos mais tarde, foi o Waiting for The Sun (The Doors).

E o mais recente?

Béri Béri (Victor Torpedo).

O que procuras juntar mais na tua coleção?

Como não sou uma coleccionadora ávida e como gosto cada vez mais de silêncio, ao contrário do que acontecia no passado, tenho comprado poucos discos. Mas, por falar nisso, tenho de comprar novamente o California (Mr Bungle), porque já está riscado e não dá para ouvir. É um dos meus favoritos.

Um disco pelo qual estejas à procura há já algum tempo.

Não ando à procura de nada em específico, de momento.

Um disco pelo qual esperaste anos até que finalmente o encontraste.

Mais do que esperar, foi até mais um acaso, numa loja em Lisboa (já não me lembro qual), mas quando comprei o glow-in-the-dark picture disc do Bela Lugosi, dos Bauhaus, fiquei toda feliz.

Limite de preço para comprares um disco… Existe? E é quanto?

Em relação a discos, nunca me aconteceu pagar uma quantia fora do orçamento; já em relação a concertos, paguei bem pelas datas do Tom Waits em Berlim, na tour do Real Gone, em 2004, em três noites consecutivas no Theater des Westens, um teatro lindíssimo dos finais do século XIX. Foi o dinheiro mais bem gasto de sempre. Bons tempos, bons tempos…

Lojas de eleição em Portugal…

Recomendo a Lucky Lux, em Coimbra. No passado, foram muitas as horas enfiada em lojas de discos com o Pedro Renato – Louie Louie, Carbono, Torpedo, ui, tantas… Hoje em dia, vou pouco a lojas de discos.

Em viagem lá fora também visitas lojas de discos? Quais recomendas?

Muito esporadicamente. Quando vou para fora, dedico a minha atenção a outras coisas.

Compras discos online?

Nunca comprei discos online. Nunca calhou, apenas.

Que formatos tens representados na coleção?

A música aqui em casa divide-se em CD, vinil, cassette, DVD, VHS

Os artistas de quem mais discos tens?

O Tom Waits ganha esse campeonato. Dividem-se em vinil e CD, alguns repetidos.

Há editoras das quais tenhas comprado discos mesmo sem conhecer os artistas?

Que me lembre, não. Não costumo comprar sem conhecer. Quando voltar a ter fases de consumo mais regular e intenso de música, quero descobrir mais do catálogo da Ipecac Recordings e da Third Man Records, por exemplo.

Uma capa preferida.

Adoro a capa do Raw Power (Iggy and The Stooges) e a forma como emana suor e gana. Tenho-a em poster na parede da sala.

Um disco do qual normalmente ninguém gosta e tens como tesouro.

Não propriamente um tesouro, mais um marco de tenra infância, goste-se ou não do disco… a primeiríssima música que me lembro de ouvir foi o Dreamer, do Crime of The Century (Supertramp). A capa era misteriosa e intrigante para mim, na altura, e dava um cariz meio mágico ao meu entendimento e descoberta do mundo musical.

Como tens arrumados os discos?

O vinil está ordenado por bandas, mas os CDs, durante muito tempo, estiveram em perfeita anarquia, em vários sítios da casa, algumas caixas trocadas, CDs fora das caixas, etc. Presentemente, estão todos no sítio certo e por ordem alfabética. Vamos ver por quanto tempo a organização se mantém!

Um artista que ainda tenhas por explorar…

Gostava de explorar a música clássica mais a fundo.

Um disco de que antes não gostasses e agora tens entre os preferidos.

Hum, não consigo identificar um que se enquadre num salto tão grande entre “não gostar” e “adorar”. Talvez me aconteça mais o oposto…

Dos discos que já gravaste quais são já procurados como peças de coleção?

O Fossanova (Belle Chase Hotel), em vinil.

Há discos que fixam histórias pessoais de quem os compra. Queres partilhar um desses discos e a respetiva história?

Within the Realm of a Dying Sun (Dead Can Dance). Sempre me fascinou e intrigou a fotografia da capa. Um dia, em Paris, no Père-Lachaise, quase vinte anos depois, e absolutamente sem contar, dei de caras com o jazigo que aparece na foto (pertencente à família de François Vincent Raspail, que representa o fantasma da sua mulher a visitá-lo na prisão, agarrada ao exterior das grades) e fiquei ali, imenso tempo, a usufruir da descoberta. A foto é de Bernard Oudin.

Um disco menos conhecido que recomendes…

Não sei se será menos conhecido ou não… mas recomendaria o Night Music (Tones on Tail).

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