Vários Artistas “Summer Stars” (1982)

Com um historial que vinha já desde meados dos anos 70, a série “Polystar” traduziu frequentemente um retrato de casos de sucesso sobretudo ligados aos catálogos por si representados. Muitas vezes estes lançamentos – desta e outras séries de outras editoras, entenda-se – surgiam num calendário que tinha em conta a aproximação do Natal. Outras vezes, como foi o caso deste Summer Stars, de 1982, servia-se uma proposta de banda sonora para os dias de verão. E talvez por isso, apesar de uma ou outra canção mais melancólica, o tom dominante é da celebração da cor, do calor e da festa.

       Nascida já depois do “boom” que havia transformado a visibilidade de uma nova cultura pop entre 1980 e 81, este volume com sabores de veraneio traduza já o enorme impacte de uma nova geração pop/rock nacional através de Cairo dos Táxi e Saudade dos Heróis do Mar. Curiosamente, e ao mesmo tempo, o departamento nacional não deixava de piscar o olho ao verão das festas de aldeia através das Pulguinhas de Tonicha (a grande voz do folclore) e Margarida Margarida, de Dino Meira. A quinta presenta made in Portugal é a de Bem Bom, das Doce, que inscrevia aqui o impacte ainda evidente do Festival da Eurovisão na criação de sucessos, abrindo ainda a porta ao festivo Hora de Avi Toledano (a canção de Israel), porém numa versão insossa em inglês, num sabor sem graça que é comparável a ter um gelado de straciatella ao qual alguém se esqueceu de juntar o chocolate…

       O grosso do alinhamento é sobretudo feito de fenómenos pop da temporada como A Flash In The Night dos suecos Secret Service (dos quais nunca mais se ouviu falar), Tainted Love dos Soft Cell, Japanese Boy de Aneka ou Souvenir dos OMD. One Of Us, dos Abba, fica depois entre este departamento pop/rock e o espaço do sucesso mais pop(ularucho) no qual milita Darlin’ de Tom Jones, Have You Ever Been In Love de Leo Sayer e o tenebroso Latino, de Francisco. Para fechar a “festa”, tanto no lado A como no lado B, servem-se party numbers com Felicidad por uns Boney M já em rota decadente e o medley de Lobo Lobo’s Gospel Show, que apesar do gospel no título (e no coro e repertório), é sobretudo um daqueles descendentes da etapa do “vale-tudo” desde que se pareça com disco sound

Um pensamento

  1. Os suecos Secret Service tiveram alguns sucessos em vários mercados europeus entre 1979 e 1982 (Oh Susie, Ten O’Clock Postman, Ye-si-ca e Flash In The Nigh). Dois dos elementos do grupo Tim Norell e Oson (Ola Håkansson) juntaram-se a Alexander Bard (Army of Lovers) e formaram uma equipa de composição e produção bastante conceituada e estiveram na génese da editora Stockholm Records. Lembro-me do Francisco ter vencido o festival da OTI com o referido tema. Curiosamente na compilação “Super Disco” da Edisom, já recenseada neste site,aparecem dois temas repetidos “Souvenir” e “Flash In The Night” mas a Edisom ainda estava a começar e os discos eram distribuídos pela Polygram.

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