
Nasceu em Luanda em 1954. Passou pelos LoveBirds, depois a dupla Marinho & Gama, com a qual gravou os seus primeiros discos. Chegou a Lisboa em 1974 e dois anos depois, juntamente com Manuel Cardoso fundou os Tantra, uma das bandas mais marcantes do panorama pop/rock português da década, explorando territórios conceptuais nas narrativas e de uma dimensão com afinidades com o rock progressivo no som. Gravam “Mistérios e Maravilhas” em 1977 e “Holocausto” em 1978. Nesse ano Armando Gama, que assegurara o trabalho de teclas do grupo, afasta-se para formar, com Kris Kopke, a dupla Sarabanda. Pelos Sarabanda grava um álbum e três singles, assinalando ainda nesta etapa a sua primeira passagem pelo Festival da Canção, em 1980, com “Made in Portugal”. Na alvorada dos anos 80 ainda gravou o single “Miúda Funky” com o coletivo Armando Gama e os Canone.
A partir de 1982 Armando Gama passa a gravar e a editar a solo, conquistando um primeiro êxito maior com “Esta Balada Que Te Dou”, a canção de sua autoria que, na sua voz, leva ao Festival da Canção de 1983, que vence, ganhando passaporte para representar Portugal no Festival Eurovisão da Canção desse ano, que se realiza em Munique, na Alemanha. Termina a noite em 13º lugar com 33 pontos. Armando Gama regressará ao Festival da Canção como concorrente em 1992 e 2009 e na final de 2019, em Portimão, apresenta uma nova versão de “Esta Balada Que Te Dou” com arranjo de Nuno Gonçalves, dos The Gift.
Gravou a solo nos anos 80 e depois, já nos 90, em dueto com Valentina Torres. A sua discografia inclui álbuns como “Quase Tudo” (a solo) ou “Portugal Amor e Mar” (com Valentina). Entre os seus maiores êxitos em disco estão gravações criadas para “Bana e Flapi” e “Sport Billy”, duas séries de televisão transmitidas pela RTP nos anos 80. O maior sucesso discográfico nasceu contudo com a canção que lhe deu a vitória no Festival da Canção, com vendas que excederem os 80 mil singles. Já por esses dias começou a juntar aos discos em nome próprio um trabalho em paralelo como compositor, arranjador e produtor para outras vozes. Dina ou Mário Mata foram figuras com quem colaborou.
Perto da viragem do milénio começou a atuar regularmente no Casino Estoril, mais adiante teria outra residência marcante no Palácio de Seteais. Em 2006 deu voz à sua admiração pelos fab four no espetáculo “Armando Gama, O Quinto Beatle”.
Em 2019 assinou, juntamente com Luciano Reis e Bárbara Barbosa, a biografia “Esta Balada Que Te Dou”, livro publicado pelas Edições Vieira da Silva. Nos últimos anos atava regularmente com o projeto Revival e, em 2021, apresentou um projeto que há muito vinha a preparar: um poema sinfónico dedicado à Serra da Estrela, região onde estão as raízes da sua família.
Armando Gama morreu esta madrugada. Tinha 67 anos.
Curioso como um álbum associado a 1982 (terá sido editado apenas em 1983?) inclui uma primeira versão do tema que venceu o festival do ano seguinte| Já agora alerto para pequenos problemas na digitalização ou devidos ao corrector ortográfico! 🙂 “Bana e Flapi” e não “falei”; “atual regularmente”, “Nos últimos anos atava”
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1982 é a data no Discogs (onde não faltam datas erradas). Não tenho o LP pelo que não posso confirmar. Quanto às gralhas, estão corrigidas (obrigado).
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