John Barry “Stringbeat” (1981)

John Barry iniciou a sua carreira profissional nos anos 50 ora assinando arranjos ora tocando em pequenos grupos, entre os qiuais o seu John Barry Seven. O seu trabalho de orquestração de canções de Adam Faith levou-o depois ao cinema quando o cantor protagonizou o filme Dream Girl, em 1960. Autor da música usada no filme John Barry foi então o autor da primeira banda sonora de origem britânica editada no formato de LP. Dois anos mais tarde seria chamado pelos produtores do primeiro filme do agente 007, completando então o trabalho que Mony Norman já realizara para Dr.No, daí resultando o nascimento de um relacionamento que se prolongaria até finais dos anos 80 (e o estatuto de reconhecimento global que os filmes de James Bond proporcionariam à sua música). E entre as visões pop de Dream Girl e o mergulho inicial no universo de 007 John Barry lançou Stringbeat, um primeiro álbum em nome próprio. 

O texto na contracapa nota o ecletismo de John Barry, observando que o seu gosto vai de Elvis a Elgar, apresentando-o como alguém que entrou em cena com a chegada de uma “revolução” que surgira recentemente quando uma “geração mais jovem gritou beat!”. O que Stringbeat revela, então, é uma sucessão de 15 faixas instrumentais, em grande parte assinados pelo próprio John Barry, outros correspondendo a versões de temas como Spanish Harlem ou Moody River, naturalmente sujeitas a uma mesma lógica de arranjo para uma orquestra dotada de uma marcada secção rítimica. Não estão ainda aqui as visões épicas que escutaríamos pouco depois no cinema. Pelo contrário, há aqui antes uma proposta ligeira, luminosa e até mesmo bem humorada, de uma música dançável que emergia numa etapa da história da música popular britânica que, apesar do sucesso já firmado por nomes como os Shadows ou Cliff Richardh, ainda não estava dominada pelas linguagens da seguinte vaga pop/rock que, pouco depois, colocaria no mapa de referências nomes maiores do firmamento como os Beatles ou Rolling Stones e, com eles, visões ainda mais disruptivas e transformadoras.  Uma música de dança mais inofensiva, portanto, nascida talvez como alternativa à ameaça que parecia estar a chegar com o rock’n’roll…

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