Vários “Cosmos” (1981)

Editado em 1980, um LP com música usada nos episódios da série “Cosmos”, de Carl Sagan, juntou momentos de discos de Vangelis editados nos anos 70 com peças de compositores como Schostakovich, Vivaldi ou Takemitsu. Texto: Nuno Galopim

Carl Sagan acreditava que a ciência podia chegar a todos. Comunicador nato, fez da série televisiva Cosmos uma voz que deu a volta ao planeta, tornando próximos os distantes planetas, as estrelas e os quasars. Sagan defendia que todos se podiam interessar pelos assuntos da ciência. “É só uma questão de fazer com que esta lhes chegue de uma forma acessível”, disse aos microfones da rádio pública norte- americana em 1996. 

Originalmente exibida em 1980 no PBS (o canal de serviço público norte-americano), a série que fez de Carl Sagan uma das mais conhecidas vozes na história da divulgação da ciência ao grande público, rapidamente se afirmou como um marco de referência na história da divulgação científica. A série juntava o state of the art dos efeitos visuais da época não só para nos mergulhar numa viagem imaginária pelo Valles Marineris como pela Biblioteca de Alexandria, muitas das memórias de homens de ciência e descobertas de outros tempos surgindo em reconstituições de época que assim somavam o passado e o futuro a uma história que se contava no presente.  

Com música de Vangelis e outros compositores, usando os efeitos visuais mais avançados para a época, a série – com título completo Cosmos: A Personal Voyage – levou-nos através do espaço e do tempo à descoberta do universo e, na verdade, de nós mesmos. A banda sonora, editada em disco, recolhe um corpo de peças que a série então usou ao longo dos seus 13 episódios. Shostakovich, Pachelbel, Vivaldi, J. S. Bach, Rimsky-Korsakov, Takemitsu ou Stravinsky partilham aqui espaço com o japonês Isao Tomita e o grego Vangelis. Este surge numa posição de destaque, já que um excerto de Heaven and Hell era usada no genérico da série, e depois, entre os episódios, notavam-se mais presenças da sua música. Contudo, e apesar de ter criado música original para cinema e televisão, Vangelis surge em Cosmos através de uma recolha de fragmentos de música que, além de Heaven and Hell, surgiu em álbuns como La Fête Sauvage, Beaubourg ou Albedo 0.39.

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