Eurythmics “Sweet Dreams (are made of this)” (1983)

Editado a 4 de janeiro de 1983 o segundo álbum dos Eurythmics transformou a banda num caso de sucesso, mantendo o disco a pulsão mais desafiante que vinha do anterior e estava, de resto, entre os objetivos iniciais deste percurso a dois. Texto: Nuno Galopim

Conflitos internos tinham eclodido entre os Tourists. E, ao cabo de três álbuns editados (entre 1979 e 809, dois dois elementos do grupo deram por si a querer experimentar outras ideias. Imaginam um projeto novo, no qual só eles seriam uma presença fixa, começando a ensaiar formas e melodias com a ajuda de novas máquinas. A ideia cresce, os Tourists acabam de facto e o novo projeto ganha vida independente como Eurythmics e gravam um primeiro álbum com Conny Plank (com quem já haviam trabalhado nos Tourists). Em várias canções de In The Garden (1981) a presença das eletrónicas é bem visível, mas o álbum fica longe de se poder considerar como um êxito, conquistando mesmo assim atenções suficientes para chegar ao número 63 no Reino Unido.

Criado sem as pressões da fama nem mesmo quaisquer agendas de expectativa, o segundo álbum dos Eurythmics assistiu a um aprofundar das demandas que Annie Lennox e Dave Stewart haviam sugerido com o seu primeiro LP gravado a dois. De substancialmente novo havia o facto de estarem a trabalhar num estúdio novo que eles mesmos haviam montado e, face ao experimentado em In The Garden, um foco mais apontado ao trabalho com as eletrónicas. A pulsão mais experimental da dupla galgou, todavia, o mais habitual espaço dos lados B dos singles e ganhou forma neste álbum como não voltaria a acontecer em nenhum disco posterior. São exemplo dessas ousadias as escolhas de This Is The House e The Walk como os dois primeiros singles, ambos tendo passado a leste das atenções. 

O alinhamento permitia, contudo, a coexistência destes momentos com faixas mais polidas, mais… pop. E Love is A Stranger, terceiro single dele extraído, está já nesse território de apelo mais acessível, porém não tendo (à primeira tentativa) conseguido cativar atenções acima do patamar até então alcançado pelo duo. O “salto” aconteceu quando, já em 1983, a escolha para um quarto single recaiu sobre o tema-título do álbum. Apoiado por um teledisco que explorava a força da ambiguidade da imagem de Annie Lennox, Sweet Dreams (are made of this) conquistou o mundo e elevou os Eurythmics a um patamar de popularidade que a dupla soube manter durante toda a década de 80. Annie Lennox emergia aqui como uma voz maior da pop dos oitentas.

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