“Nel Blu Dipinto Di Blu”, depois universalmente conhecida como “Volare”, não levou o italiano Domenico Modugno além do terceiro lugar na Eurovisão em 1958. A desforra chegou depois com vendas colossais e até mesmo dois triunfos nos Grammys. Texto: Nuno Galopim

Era o terceiro ano em que se realizava o Festival da Eurovisão, então ainda designado como Grand Prix Eurovision de la Chanson Européenne. E, sem a presença do Reino Unido (que se estreara no concurso um ano antes), este foi, juntamente com a edição inaugural, em 1956, um dos dois festivais em que não se escutou qualquer canção cantada em língua inglesa. A vitória sorriu ao francês André Claveau, com “Dors Mon Amour”. Mas a canção que fez carreira global depois do concurso foi a representante da Itália.
Cantada por Domenico Modugno (e vencedora em San Remo), “Nel Blu Dipinto Di Blu”, depois universalmente conhecida como “Volare”, tornou-se de resto no primeiro êxito maior com berço eurovisivo. Ainda nesse ano, entre agosto e setembro, a canção passou cinco semanas no posto mais alto da tabela da “Billboard” (nos EUA) e foi ali o single mais vendido do ano arrebatando depois Grammys para Disco do Ano e Canção do Ano. As vendas globais ascenderam a 18 milhões.
A canção ganhou outras vidas depois da versão original, sendo gravada por inúmeras outras vozes. David Bowie assinou em 1986 uma das versões para a banda sonora do filme “Absolute Beginers”, de Julian Temple.