X & Records (Aveiro)

A X & Records, em Aveiro, tem já sete anos de vida e apresenta-se como uma “rock house”, não deixando contudo de apresentar uma oferta em discos (novos e usados) que passa por muitos outros géneros. Há ali discos em vinil, CD e também cassetes.

O mapa das possibilidades atuais de ‘digging’ em solo nacional passa por Aveiro. E em concreto pela X & Records, uma loja que conta já com sete anos de história, se bem que nem toda ela vivida no mesmo espaço. Rui Mateus conta ao GiRA DiSCOS que “a loja abriu em 2013 noutro local num pequeno espaço comum” no qual ele mesmo “tinha uma zona dedicado ao vinil e um outro amigo uma zona dedicada a chapéus”. Eram, como explica, “negócios independentes um do outro e na altura” a loja “chamava-se Hats & Records”. Em 2016 o espaço dedicado aos chapéus fechou e a “primeira coisa” que Rui fez “foi riscar com um X a palavra Hats, pois não fazia sentido ter a placa da loja com o nome de um produto que já não existia”. Mas “quase imediatamente” reparou que o som da palavra “Hats” e o que identifica a letra “x” “são semelhantes” em inglês. “E assim ficou”, surgindo a X & Records. Em outubro de 2017 a loja mudou-se para outra zona de Aveiro onde atualmente se encontra, com morada no número 35 da na Rua Gustavo Ferreira Pinto Basto. Para quem estiver longe vale a pena saber que a loja “tem representação na principal plataforma de venda de música online (Discogs) e nas redes sociais Facebook e Instagram”.

Há ali discos “usados e novos misturados”, para que, explica Rui, “as discografias” não ficassem separadas. A música que ali encontramos traduz “um espectro musical alargado, mas dominantemente” a X & Records “pode ser considerada uma Rock House, nas suas diferentes e ricas ramificações”. Há também jazz, blues, soul e funk, música portuguesa, brasileira, latina, africana e erudita. Olhando para os formatos há na loja “basicamente LPs, mas também 10 polegadas e singles e EPs”. O stock propõe ainda “uma pequena coleção de CDs, alguns raros”, e cassetes, estas numa “pequena coleção também”.

Os discos estão “seriados genericamente por ordem alfabética, com separadores indicativos das letras e das principais bandas cujo nome comece pela respetiva letra”. Depois há “secções dedicadas a géneros específicos como sejam o psychedelic rock, stoner, rare prog rock albums, hard & heavy, industrial, clássica etc”.

Tal como a oferta na música, Rui Mateus nota que o público que frequenta a loja é “também diversificado”. E ele mesmo descreve: “Jovens Arctic Monkeys,Tame Impala e black metal kids são frequentes”. Depois há um “público que não se revê nas grandes superfícies” e que ali “procura uma oferta musical diferente da formatação comercial das multinacionais”. São, como diz, “pessoas abertas a novas geografias musicais e até a sugestões”. Sobre o facto de Aveiro ser hoje um polo universitário, Rui nota que, “com a exceção dos bares, os universitários têm um impacto muito reduzido na vida comercial da cidade”.

E como está a ser o ano 2020 para a X & Records? “Mau” é a primeira palavra que Rui usa para o caracterizar. E explica: “Durante mês e meio só se pôde vender online. Depois do desconfinamento tem sido muito irregular. O pior julho e agosto de sempre, embora tenham sido contrabalançados com os melhores junho e setembro de sempre. O online cresceu mas também de forma irregular. A situação atual pode ser descrita com o título de um álbum da Banda do Casaco: Hoje há conquilhas amanhã não sabemos“.

PS. Um muito obrigado ao Rui Miguel Abreu que passou pela X & Records, levou as perguntas do GiRA DiSCOS e trouxe de volta as respostas do Rui Mateus.